sexta-feira, 1 de julho de 2016

Blind [Crítica]




  Já imaginou o que é enxergar apenas com suas memórias e sua imaginação? Como nossa mente nos trairia ao confundir um sonho com a realidade? Se imaginássemos que há alguém sentado do nosso lado mas na verdade não há? Ou será que há? Ás vezes essa pessoas só esta brincando conosco fingindo não estar ali mesmo estando! Ou... Ou... Pode não ter ninguém ali, não há ninguém do seu meu lado... Posso estar sozinha aqui nesse apartamento branco (ou seria cinza?) e vazio (ou está cheio?). O nada pode ser tudo, o vermelho pode ser azul, a realidade pode ser um sonho em "Blind" o filme norueguês de Eskil Vogt.

   "Blind" é um filme sobre a perda gradual de visão da jovem Ingrid (Ellen Dorrit Petersen), que se esforça o máximo possível para tentar enxergar através de suas memórias. Só que há um pequeno problema com essa ideia: E se a pequena Ingrid esquecer de algo? Se sua visão depende da memória, ela não pode se dar ao luxo de esquecer nada, e essa é basicamente a história do filme.

     Sejamos honestos, o filme na verdade é um jogo; um jogo que testa o telespectador a seguir suas pistas e conseguir separa o concreto do subjetivo (palavras bonitinhas). Nem todos vão querer encarar  esse jogo que tem um leve toque de Agatha Christie em que todas as peças são entregues na sua mão, cabe você montar o quebra-cabeça corretamente. Cortes de câmara, roteiros cruzados, atrizes parecidas e muitas outros mecanismos foram usados  para colocar o telespectador praticamente na pele da personagem, vivendo o que ela vive.

       Vemos o mundo como ela vê, de uma forma confusa e abstrata na qual nada é o que parece. A conexão entre o telespectador e os personagens é praticamente instantânea. Entendemos suas dificuldade, suas dores, seus medos e seus pecados. As excelentes atuações foram essências para que isso acontecesse de forma mais natural e real.

         Quando "Blind" acaba você pensa "Mas que P#*&@ eu acabei de ver?", seguido da vontade ver de novo o filme só pra testar se foi aquilo mesmo que aconteceu; e advinha? Não foi! Ou foi? Já não sei mais, as ideias são muito perdidas... Só sei que "Blind" é um excelente filme que deve ser assistido por qualquer amante do cinema, ou por loucos que gostam de quebra um pouco a cabeça. Infelizmente o filme é meio difícil de se achar fora de grandes cidades como São Paulo.

                                                            Nota= 5  /5

Links:
+Críticas:
-Adoro Cinema = http://www.adorocinema.com/filmes/filme-226335/criticas-adorocinema/
-Plano Crítico= http://www.planocritico.com/critica-blind/
-Folha= http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/03/1600487-critica-longa-noruegues-blind-complica-roteiro-sem-necessidade.shtml