Todo Caso Tem Um Início
Começa no meu pé, 10 degraus. Um pequeno arrepio que se alastra pelo meu corpo, 7 degraus. O contágio chega no meu braço atinçando todos os pelinhos de lá, 5 degraus. Logo o arrepio dá espaço a uma tremedeira, 3 degraus. Gotas de suor brotam em minha testa, 1 degrau. Paro na frente da porta de madeira mas enquanto meu cérebro ordena que estenda a mão, em um ato de revolta meu braço não obedece. Imploro que essa greve pare e que minha mão volte a funcionar, mas parece que isso esta além de minhas preces. Começo a negociar com os grevistas em busca de um acordo, mas enquanto profiro promessas que não vou cumprir ouço:
Começa no meu pé, 10 degraus. Um pequeno arrepio que se alastra pelo meu corpo, 7 degraus. O contágio chega no meu braço atinçando todos os pelinhos de lá, 5 degraus. Logo o arrepio dá espaço a uma tremedeira, 3 degraus. Gotas de suor brotam em minha testa, 1 degrau. Paro na frente da porta de madeira mas enquanto meu cérebro ordena que estenda a mão, em um ato de revolta meu braço não obedece. Imploro que essa greve pare e que minha mão volte a funcionar, mas parece que isso esta além de minhas preces. Começo a negociar com os grevistas em busca de um acordo, mas enquanto profiro promessas que não vou cumprir ouço:
-Anda logo, menina! Tem gente querendo trabalhar aqui!
Encaro o homem de jaleco, vislumbro seu broche do Departamento de Polícia enquanto ele acende um cigarro. Tento falhamente dizer oi, mas a sua cara de quem esteve na balada a noite toda e esqueceu que hoje era Segunda me disse que meu sucesso também seria em vão. Felizmente os grevistas decidiram voltar a trabalhar, provavelmente por medo do que o Sr. Odeio Segundas iria fazer, abro a porta e me deparo com uma das cenas mais lindas que já vi: A sala oval possui mesas igualmente distribuídas por toda sua área, nelas há uma figura sorridente e determinada trabalhando em algum caso novo. Há 3 casinhas nos cantos da sala, uma com grades e uma cama dentro, outra toda espelhada com uma mesa grande e uma cadeira extremamente confortavel, e a última com uma placa dizendo "Armários". Mas o que realmente chama a atenção e a estátua de ouro que fica no centro da sala, ele retrata "A" maior detetive de todos os tempos, Natália Romanov, famosa por solucionar diversos casos considerados impossíveis.
Infelizmente ao abrir a porta não vejo nada disso. No local de mesinhas bem organizadas e igualmente distribuídas vejo mesas velhas com copos e copos de café, a maioria possui toneladas e toneladas de papéis. Ao invés de sorridentes e determinados detetives vejo dorminhocos e baladeiros agentes, todos tomando café. Talvez às únicas coisas que realmente existam nos dois mundos seja as casinhas, bom... Ah uma leve diferença como a cadeira estar cheia de vômito e urina, e a de armários possuir apenas um armário. E por mais triste que seja, não há nenhuma estátua da Natália.
Enquanto me recupero do meu choque de realidade, ouço uma moça gritar meu nome. Ela acena para mim e pede para que venha na sala dela, a sala espelhada. Recuperando os sentidos, estufo o peito e ando direto até a sala da moça, tropeço em um ou dois copos de café mas chego no local:
-Queira se sentar, Srta.Juliette.
Ela para e encara a janela esperando que eu sente na cadeira, que é pequena demais até para mim. A sala possui estantes recheadas de arquivos, organizados numa lógica superior ao meu Q.I; na mesa há um computador e um porta retrato, também tem uma caneca do D.P.S.P recheada de canetas vermelhas:
-Gostaria de me apresentar. Me chamo Amanda Wally e sou a diretora do D.P.S.P, comando a agência à 20 anos. Vou ser franca, nesses 20 anos nunca vi uma agente como você. No momento em que pisou nesse escritório, eu soube que você seria a nova recruta.
-[Bochechas coradas] Ahhh... Muito obrigado Dr.Wally, li muito sobe seu trabalho na agência. Principalmente sobre a sua relação com a agente Natália.
Ela vira abruptamente, me fitando por trás de seus óculos. Amanda e Natália tiveram uma relação um tanto controversa, principalmente após Natália investigar ela por suborno e tortura.
-[Respira fundo] No seu resumo diz que você trabalhou em um famoso jornal, chegando até ser considerada a melhor repórter de lá. Resta a dúvida por que a repórter do ano iria querer sair do jornal do ano?
-Ah, sim! Não era a melhor reporter de lá, mas era a única que saia da redação atrás de uma matéria. Larguei o jornal por que minha prima, Rosalina, disse que havia aberto duas vagas aqui. E na verdade sempre quis trabalhar como detetive.
-Sua prima... Rosalina Aurora se não me engano. Ela era uma de nossas melhores agentes, me recordo dela ter falado de você Juliette... Antes dela desaparecer.
Amanda aponta para a parede recheada de quadros, neles há a foto dos melhores detetives do departamento. Minha prima esta lá, próximo a Natália:
-Percebo que você não é muito de falar, poís bem... Estamos precisando desesperadamente de novos recrutas, e seu histórico até agora é satisfatório. Infelizmente não posso te colocar num esquadrão alto ainda, mas irei te colocar no esquadrão de crimes menores. Seja um quarto do que sua prima foi e talvez você entre para o de crimes graves.
Aceno com a cabeço mostrando minha grantidão, comprimento ela e saio da sala. MERDA! DESGRAÇADA DE MERDA! Esquadrão de crimes menores! Até o Esquadrão Suicída seria melhor que isso!!! Respiro fundo e me acalmo. É só eu mostrar meu potêncial que subo de nível, ela até mesmo admitiu que eu poderia mudar esse depertamento.
Ao me acalmar vejo uma moço vindo na minha direção, ele me diz bom dia e entra na sala de Amanda. Imagino que ela seria uma nova recruta, então fico mais um pouco para ouvir o que Amanda vai dizer sobre ela:
-Gostaria de me apresentar. Me chamo Amanda Wally e sou a diretora do D.P.S.P, comando a agência à 20 anos. Vou ser franca, nesses 20 anos nunca vi agente como você. No momento em que pisou nesse escritório eu soube que você seria o novo recruta.
... ... ... Desgraçada.
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