- Aquela que Nasce das Cinzas - Pt 1
Merda! Pego o primeiro táxi que vejo e corro em direção a cafeteria. Chegando lá não encontro ninguém, apenas um bilhetinho colado na porta me recebe. Iria citar o que estava escrito, mas não seria muito educacional.
...
Estou extremamente cansada, mas ainda não é hora de ir pra casa. A escola vai estar fechada nesse horário, mas com sorte consigo entrar na fábrica.
Às 11 eu chego na fábrica "Tio Sam". Mas pelo visto o Tio Sam não anda muito bem com a polpança; o local está trancada, o portão eferrujado e parece que nem uma única alma chegou perto da fábrica desde sua inalguração. Numa rápida investigação descubro 3 possíveis entradas: Uma é a janela quebrada no segundo andar, teria que escalar mas de acordo como minha última tentativa de realizar tal proeza não terminou muito bem, nem vou arriscar. A segunda é cortar a cerca que dá acesso a garagem... muito 007. Vou pela terceira que é tentar abrir um pouquinho o portão.
Depois de muito esforço entro na fábrica: Ela é um galpão enorme; as paredes estão cobertas por correntes e armários de feramentas, o chão esta coberto de pixe e de lascas de madeira; no meio da sala há uma grande esteira... não. Uma grande mesa, e em cima dela esta um um, um robo desmontado... não. Um motor de carro! não... Não já sei! Um tubo transparente, com diversos cabos anexados e em seu recipente um corpo de um homem boiando em formol.
Na verdade o galpão estava vazio, infelizmente. Procuro inutilmente alguma prova sobre o caso de Bela, mas como disse acima, inutilmente... Mas que merda, uso secretamente o computador da minha amiga, perco meu encontro, invado uma fábrica, tudo isso pra nada! Merda! Provavelmente a escola nem vai saber que já foi um orfanato... Minhas costas deslizam da parede até o chão, apoio minha cabeça entre meus joelhos, só vou tirar uma rápida soneca... rapidinho... não custa nadaaaa...
E essa foi minha terceira morte hoje
...
A luz do Sol penetra minhas pálpebras pedindo abruptamente para que elas abram, mas elas pesam tanto, mas tanto mesmo, que recusam o &gentil& pedido. Somente o estrondo do portão abrindo que invade minhas orelhas e força meu cérebro reclamar com as pálbebras. Mas mesmo assim o pedi...:
-Mas o que diabos essa moça faz aqui!
Em um pulo eu acordo e me deparo com uma mulher branca e ruiva, seus 30 anos:
-Pouco importa Jean, vamos logo com isso.
Um homem, também branco e com 30 anos, parece estar se referindo a mim; atrás dele consigo perceber uma figura familiar de uma criança, o Sol dificulta a identificação, até que. "Juliette!". A garota, que agora percebo ser Bela, corre em minha direção e me dá um abraço:
-Juliette! Eles vão me levar embora!
-Calma querida, esta tudo bem agora, vou te levar pra casa...
-Não vai não Sra.
-Scoot! O que meu parceiro quis dizer é que Ororo está sobre nossos cuidados ago...
-O caramba que está! Ela vem comigo, vou leva-la para casa agora mesmo! Vem querida.
-Sra. nós não queremos problemas, por favor solte Bela
Finjo não ouvir o que a ruiva fala, só seguro a mão de Bela e levo ela até a saída. O homem anuncia que estou cometendo um trememdo erro, mas continuo ignorando. Quando delicadamente a ruiva pede para soltar Ororo novamente, respondo um delicado &Vai se ferrar&. Ouço o moço suspirar uma última vez, antes de tirar os óculos e lançar um lazer vermelho na direção do portão, fazendo ele cair e bloquear a passagem.
"Puta merda!" seguro forte a mão de Bela e começo a correr em direção a garagem. Os raios continuam vindo junto com os pedidos da moça para pararmos com toda aquela confusão. Chego rapidamente na garagem, mas não o suficiente, então ao invêz de tentar pular a cerca eu me escondo junto de Bela embaixo de um caminhão... Ouço os os passos deles se aproximando. Olho para Ororo e vejo o desespero em sua face. Eles estão chegando. Ela estava preste a chorar, então coloco meu dedo gentilmente em sua boca. Ouço a moça reclamar da atitude do parceiro. Aponto em direção a cerca e abro a palma da mão. "Saí daí, não tem escapatória". Fecho um dedo, tem um pequeno buraco na cerca, o suficiente para Bela passar. "A gente só quer conversar". Fechou dois dedos, mas não ia conseguir passar. Ele manda um lazer na direção de um armário. Fecho três dedos, coloco meu celular no bolso de Bela, quando Anna ligar vai achar ela. "Vamo gente, não tem que ser tão complexo assim". Fecho quatro dedos, abraço com força Bela. Ele se aproxima do carro. Tomo fôlego, fecho cinco dedos e disparo em direção a cerca. Ouço os gritos da moça, vejo as rajadas vermelhas passarem do meu lado, mas a única coisa que penso é Bela. Não tem essa de não ser rápida o suficiente, eu tenho que ser rápida por ela. Um raio atinge o meu calcanhar, mas não caio. Chego na cerca, seguro a mão de Bela e digo "Corra querida, o mais rápido que você puder ok? E não olhe pra trás" "Mas" "Só... Só corra, faz isso por mim o.k?" ela me abraça uma última vez e atravessa a cerca.
Me viro lentamente para a dupla, pego um pedaço de cano no chão e grito:
-Por que! Ela é só uma criança, só de uma criança seus monstros!
A ruiva sorri e diz. "Você ainda nem viu o real monstro...". Seu corpo começa a emanar uma estranha chama laranja, ela começa a levitar no ar, quando ela estende seus braços eu vejo... Eu vejo uma enorme áve, uma Fenix. Então tudo fica preto, e eu desmaio...
E essa foi minha pior morte hoje,
não pelo fato de morrer,
mas pelo fato de não saber se Bela está viva.
Continua
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