sábado, 28 de outubro de 2017

UAA-UAG-UGA

Pele.
  Minha pele. Minha pele queima no Sol. Sol. ol Ol O O Oooooooo Só
    Teclar. O teclar, simples. O simples teclar pressiona minha carne.
     E as palavras saem de meu corpo
       A E I O U. Testo cada dom dado a mim.
        Dado. Dado por quem?
          Desconheço o segredo do universo. Nem um simples báskara sei fazer, quão mais ler estrelas.
            Essas entranhas me foram escolhidas por alguém, por quem? Por quê?
 O quanto realmente importa saber a força que aplico para montar um ângulo reto com meu braço?
        Nem ao menos conhecemos a infinita rede de neurônios que nos movem.
          Muito além de sódio e potássio, o que nos faz viver?
                Palavras sangram por meus dedos, por quê?


Perdida entre páginas duma revista falsa uma jovem dorme coberta de sua vermelha cor da vida.
Momentos insanos de alguns, eterno dormir para ela
Uma estranha sensação apossa-se de meu corpo, muito além da velha melancólia, pesado pesar


Arrogante, o professor narra sobre a guerra
(Qual delas?)
Bombas, morteiros, lapiseiras, cianeto, apontadores, trincheiras, preguiça, explosões aqui, cochichos quebrados pelo diretor, explosões ali, o sangue deles reverbera apenas no escorrer da tinta de canetas. A simples quetão se caí ou não é o suficienta para borrachas apagarem da história o esforços de soldados, não por bandeiras, mas pela vida, ou pela sobrevivência.


         Entre o badalar do almoço e o jantar, o que nós separa de máquinas?
         Meus dedos, agora escrevem esta triste marchinha
        Meus dedos, agora escrevem questões de álgebra
         Meus dedos se quer se importam, são apenas dedos, cale a boca e copie

       Fios metálicos                Fios nêurais
      Carne de ferro              Carne macia
        Tecidos de silício          Tecidos de células
Qual é a diferença? Somos todos feitos de carbono

          Tempos modernos
         Talvez não os tenha entedido ainda
         Talvez nunca o vamos

                               Gabamo-nos de nosso porte racional, mas somos nós que temos que mastigar                                       aquilo  que o Leão digere em segundos
Por isso criamos talheres
                               Orgulhamo-nos de nossos maratonistas, quilômetros em minutos. Quilômetros em
                                segundos pelo mais zonzo tubarão Marko
Por isso criamos carros       
                                Orgulhamo-nos de nossa democracia, imPECÁVEL organização social. Formigas a
                                fazem por instinto
Por isso criamos leis
                              HOMMO SAPIENS SAPIENS, o mais sábio dos animais. Sua faca furrou seu irmão,                                                                    seu carro intoxicou sua paixão, sua lei prende-o em um caixão.
                                                                                         Ainda bem
                                                  Imagina um bicho desses correndo solto pela mata!
                                                                                  Que desgraça seria!

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