domingo, 29 de novembro de 2015

007 Contra Spectre [Crítica]




   Espero que nessa altura do campeonato todos estejam cientes do meu amor por filmes de espião. A mistura fantástica de ficção e fantasia são pratos cheios para mim; cada budget que aparece em cena é um deleite para mim, cada cena surreal de ação me realiza psicologicamente. Durante esse ano tivemos diverso filmes de espião (Kingsman, Missão impossível, Agent from U.N.C.L.E), um melhor que o outro. Entretanto havia uma coisa faltando, nesse mar de espionagem faltava alguém; faltava o maior espião (masculino) de todos os tempos. E o nome desse espião é Bond, James Bond!

    Spectre não apenas tinha a árdua missão de fechar o ano para o setor da espionagem, mas como tinha que ser o último filme de Daniel Craig como Bond, e trabalhar com a organização mais clássica do universo 007. Tais tarefas eram muito complexas, por que ela forçam muito a ideia de universo, algo que 007 nunca precisou. Vamos deixar mais claro: Por exemplo a própria Spectre, ela é importante para o universo do James Bond. Mas os filmes do 007 possuem começo, meio e fim, sem toda essa enrolação de que no filme anterior a Spectre fez tal coisa que deixou o mundo de tal jeito e blá, blá, blá.

     Infelizmente, neste novo filme há a criação de universo. É necessário ter visto Cassino Royale, Quanto of Solance e Skyfall para entender 100% Spectre, algo jamais visto na franquia. "Mas Porco! Você não gosta do universo Marvel, e atê incentiva que a DC crie filmes mais conectados?" Pareço meio hipócrita realmente, mas no caso dessas franquias o universo compartilhado já faz parte de seu DNA, diferente de 007.

        Mas não se engane, Spectre não errou somente na utilização de Spectre. O roteiro vende um Bond atormentado, que deseja parar com a onda de mortes. Mas nas cenas de ação isso some completamente, Bond mata todos que se põe em seu caminho; e ele não se contenta apenas em mata-los, ele mata eles de várias maneiras diferentes! Daniel Crag também não se preocupa em mostrar a sofrência de Bond, com uma atuação desanimada e forçada e implora para nunca mais olhar para a cara de James Bond.

         O filme comete erros mortais. O vilão depende de um conhecimento sobre o universo Bond. Os atores são horríveis. O roteiro possui diversas falhas. Mas acima de tudo, não é um filme do James Bond, esse foi o erro fatal. No filme eu não via o homem estiloso, mulherengo, mestre da espionagem que Bond era; eu vejo um bructus com terno fingindo ser um agente secreto.

          No final o filme não é tão ruim, só não é um filme padrão James Bond. Se ao invés de "007 contra Spectre", eles tivessem colocado "Filme de ação genérico contra uma organização nem um pouca genérica" seria um filme melhor. Ele consegue arrancar um suado 3, mas por não se tratar de uma franquia genérico recebe um 1.

                                                   Nota= 1
Links=
+Box 007=   http://www.livrariacultura.com.br/p/007-james-bond-monster-box-3221672
+Outras Críticas=
-Omelete   http://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/007-spectre/?key=102135
-Adoro Cinema   http://www.adorocinema.com/filmes/filme-206892/criticas-adorocinema/
-Plano Crítico   http://www.planocritico.com/critica-007-contra-spectre/

O trailer da Guerra Civil!!!


  Originalmente hoje iria sair só o post sobre 007, que já está no ar por sinal, mas ocorreu um fenômeno interessante hoje. Inesperadamente a Marvel liberou o trailer da Guerra Civil!
   Ninguém esperava o lançamento do trailer hoje, mas já que saiu, por que atrasar o post né

    OK... Tem alguns fatores bem interessantes no trailer. Um deles é o fator "Bucky". Não esperava que o Ex-Soldado Invernal seria tão importante para a trama, mas o trailer deixa claro que ele deve ser o estopim da Guerra. O próprio Steve admitiu que Bucky foi acusado por um crime e que estão o caçando, não sabemos se é realmente aquela explosão que colocou um alvo em suas costas, ou se é algum crime cometido enquanto ele era o Soldado Invernal. Mesmo com essa incerteza é perceptível o fato de que Bucky está em conflito com o governo, provavelmente por ele recusar a lei de registro.
     Steve está defendendo Bucky com todas as suas forças, e em vários momentos aparecem heróis como a Viúva-Negra e o Homem De Ferro (Heróis do time rival de Steve)  relutantes a entrar em combate com Rogers. Isso é um ponto a ser considerado, por que talvez o lei de registro não seja tão relevante assim para Steve, mas a proteção de seu Amigo sim. Isso alteraria o foco da guerra, o que seria mais óbvio para o cinema, já que nínguem usa máscara mesmo (A lei de registro deve ser polêmica pelo fato de monopolizar os Vingadores a certos países, fazendo com que a equipe tenha suas ações presas por acordos políticos).

        Outra coisa bem legal desse trailer é a aparição do Pantera Negra. Já havíamos visto o visual dele, mas agora o vemos em ação. O que é estranho é o fato dele não estar nas imagens das equipes, mas por vezes luta contra Steve; suponho que ele vai tentar se manter neutro na guerra, mas no meio da trama ele irá escolher um lado (Nos quadrinhos ele está no do Capitão).

          Ainda há muita coisa escondida do filme, como a participação do Capitão Zemmo ou a do Homem-Aranha, mas espero que a Marvel segure seus segredos, por que a estratégia de marketing de Vingadores 2 contou detalhadamente o filme inteiro.

        Não pera... Há algo muito errado nessas imagem...

         O.K Marvel... Natasha está do lado do Tony... Merda... Bom. O Tony nem é tão do mal assim! O Steve deve estar meio mal da cabeça sabe, o Bucky voltou e tals... Não! Já sei! Ela está do lado do Steve, mas finge que está do Stark para coletar informações! Ou o Omelete está correto, e o Stark chantageou a Natasha! Ela não está do lado do Stark por que ela quer! Ela não pode estar por que ela quer...

Links=
+outras analises do trailer
-Omelete=https://www.youtube.com/watch?v=bXCW8Pr3V5s
-MDM=http://melhoresdomundo.net/podcast-mdm-341-1h-cagando-regra-do-trailer-de-2min-de-capitao-america-guerra-civil/
-Plano Critico= http://www.planocritico.com/entenda-melhor-capitao-america-guerra-civil-o-teaser-trailer-em-detalhes/

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O Vigilante Noturno - Parte Final [Contos de Juliette]

                                            [Parte 1  e  Parte 2]

    Ela e o marido saem rapidamente do Departamento, só parando para dizer olá para o Detetive Gordon. Anna fazia questão de lembrar que seguir os novos investidores era loucura, e que nós seriamos mutiladas vivas por Wally. Mesmo protestando, minha parceira manifestante segue cuidadosamente o carro do casal. Eles fizeram 3 paradas no total, anotei cada uma delas por indagar a existência de uma correlação: O Departamento de Polícia (Do momento em que entrei até  sair se passou 1 hora, mas eles poderiam estar lá antes de minha chegada), Torre Wayne (40 minutos) e um restaurante de alta classe recheado com luz LED (Duas horas). Revezamos os turnos de vigia, mesmo assim estávamos cansadas, nossos corpos já reclamavam de exaustão. Mas não posso desistir, o quanto antes terminar o caso, antes a Wally vai perceber que sou boa no que faço, embora o que faço seja desvalorizado. Já faz duas horas, Anna dorme tranquilamente, duas horas. Acordei muito cedo hoje, duas horas. Cansada, duas horas. Não consigo olhar pra essa luz mais, duas horas. Casa, duas horas. Cama, duas horas. Palpebras pesadas, duas... Daqui à pouco eles saem, sim... uma simples s o  n  e   c   .         .            .

   - Juliette! Verdinha! Acorda Porra!!!
   - Ah! Anna? O que aconteceu? Eles ja saíram?!
   - Como vou saber guria! Acabei de me levantar e me deparo com você assim! Dependendo de nós duas eles podem estar lá até agora ou terem saído a muito tempo.
   - Merda! Entrar lá é entregar nossa identidade, eles já devem suspeitar que estão sendo seguidos, só iriamos fazer o favor de esclarecer isso a eles.
   - Bom... tentamos. Vamos para casa, amanhã terminamos o caso.
   - Não! E se eles não aparecerem amanhã! Teríamos que esperar o fim de semana todo para ter outra oportunidade!
   - O que sugere, guria!? Existem outros suspeitos, é só procurar, esses daí vão dar muito trabalho.
 
     Anna está certa, eles são caso perdido. Nunca vamos conseguir rastrear seus passos, até mesmo nos dias em que estamos com toda disposição não conseguiremos. Quero ir pra casa, nós duas queremos, mas se formos iremos perder muito tempo. Não disponho desse luxo... pensa Juliette, pensa. Rosalina iria saber como sair dessa situação... ... ... Já sei!

     -Eureka! Já sei o que vamos fazer! Nós vamos para casa deles, investigar o máximo possível. Se estiverem lá retornamos para casa.
    - Você não pode ser tão ingenua e burra assim, pode?
    - Sei que parece loucura...
    - Parece não, é loucura!!!
    - Mas pode dar certo! É nossa única escolha.
    - Ou seja; você quer invadir a casa de um milionário, sem um mandato, alegando que ele é um vigilante que se veste como morcego. Sendo que na casa dele deve haver no mínimo 7.000 guardas. Querida, já te achava meio estranha pelo cabelo, mas agora tenho certeza que tu é muito louca.
     Revoltada ela liga o carro e parte em direção a Mansão Wayne.

    A mansão é enorme. Ela possui diferentes colorações, todos variando na tonalidade de preto a cinza bem escuro. O portão um pouco enferrujado, mas elétrico, estava aberto. Às câmeras estavam todas desativadas, e não havia nenhum guarda. "Estão nos esperando" Anna refletiu, "Não podemos nós dar ao luxo deles verem nosso rosto, corre lá pro carro e pega dois panos guria. Mas antes, traga minha arma, ela deve estar próxima aos panos" Confirmo com a cabeça e volto para o carro, não preciso procurar muito para achar dois pequenos lenços brancos e uma .45, não indago o motivo deles estarem ali. Chego rapidamente no local onde Anna estava, mas para minha surpresa ela não esta mais na mesma lá.
    Merda. Um mix de cansaço, ódio e medo toma minha mente, não posso ir embora sem Anna, mas é muito arriscado entrar na casa sozinha. Cubro meu rosto com o pano e começo a vasculhar o perímetro da casa. Não encontro nada relevante, apenas uma janela aberta que dá para a cozinha. Tento ligar para Anna mais uma vez, mas estou sem sinal. Respiro fundo e parto em direção a janela. Ela não está muito no alto, se subir naquela lata de lixo consigo chegar... Mesmo com suporte meu braço não alcança a janela, minhas pernas tremem e estão começando a deslizar. Dou um pequeno pulo e alcanço a abertura, mas acabo por derrubar a lata de lixo causando um estardalhaço.
     Se eles não tivessem notado minha presença, agora notaram com certeza. mesmo assim, não posso sair daqui sem minha parceira. Não posso. Ando suavemente pela casa, algumas luzes já estão ligadas o que facilita meu trabalho, mas ainda tive que usar minha lanterna de bolso em certas áreas. Evito os andares superiores por temer encontrar o casal em algum deles, Anna não deve ter saído do térreo. Mas não consigo encontrar Anna em lugar nenhum, meu deus onde ela foi se meter. Não vou subir... Ela nunca iria subir, não há motivo. Ela nem deve estar aqui, ela deve ter visto alguma coisa e ido atrás. Ou ela simplesmente voltou para o carro; isso, voltou para o carro, é melhor eu voltar lá também.
    Com pressa e sem nenhum pouco de cuidado tento sair da casa. mas quando estava cruzando a sala para chegar na cozinha ás luzes caem.

                   Silêncio...         Não consigo ver....
                   Ouço meu coração disparar...    socorro....

      Procuro a arma em meu bolso, mas percebo que ela não esta carregada. Minha mão treme como uma vara, fazendo com que nem consiga recarregar a arma. Saio em busca de Anna, mas toda aquela escuridão só me deixa mais perdida.  Nunca deveria ter ouvido aquela moça, se tivesse simplesmente ignorado ela, eu não estaria aqui. Ouço um barulho a esquerda, viro rapidamente apontando minha arma descarregada; "Parado! Mais um passo e atiro!!". O barulho continua a chegar cada vez mais perto, e mais perto, consigo até ouvir sua respiração ofegante perto de mim. Os passos param em frente a janela, e com a luz da lua consigo ver uma breve silhueta de um morcego.
      É o fim, meu primeiro caso e já consigo ser morta. Se ao menos pudesse saber onde Anna está, ela pode me ajudar, me salvar... O andar de cima! Se Anna está na casa ela está lá, não tenho outra escolha. Ligo minha lanterninha e corro em direção às escadas, o monstro pula em direção ao teto e começa a me seguir por ali. A poucos metros da escada ele pula em cima de mim, me debato inutilmente na tentativa de me libertar. Começo a gritar por socorro, talvez Anna ouvisse e viesse me salvar, ela viria com certeza... tem que vir... por favor.
       O monstro me imobiliza no chão, são meus segundos finais. E assim que tudo acaba? Cadê o filme com os melhores momentos da minha vida? Cadê a luz? Meu anjo? Minhas vitórias? Não consegui nem terminar um caso idiota, o pior é que tinha achado o suspeito. Ninguém nunca vai se lembrar de mim. Rosalina vai continuar sumida, deve ter até esquecido meu nome. Natália nunca vai sabe-lo...
     Tudo o que fiz
                            Tudo que ia fazer
                                                       Tudo que iria mudar
                                                                                       Tudo perdido...
 -Querida cheguei!!!
       Ouço a campainha, alguém abre a porta avisando com um grito. O monstro me solta e acende a luz, levanto minha cara encharcada de lágrimas e vislumbro o meu agressor. Ou melhor a minha agressora. Era uma mulher vestida de morcego, seu traje na verdade nada parecia um morcego, estava mais para uma armadura high-tech preta de coelho. A coisa que mais lembrava um morcego era o simbolo em seu peito.
  - Mas o que diabos está acontecendo aqui!!!
  - Ela estava nos seguindo a horas, deixei-a propositalmente invadir nossa casa para descobrir o que ela queria.
  - Meu deus, querida. Ela só estava cumprido o dever dela! Não precisava fazer a coitada chorar!
  - Eu não estava chorando!
  - Calada, guria! Você deveria ter me esperado. Cacete, só fui checar se havia sinal em algum lugar e você some!
      Lá estava Anna segura, ao lado do Sr.Wayne. Ao meu lado estava a Selina, que agora tirará o capacete e parara de ofegar:
   - Preciso melhorar a abertura dessa coisa. Bom... Imagino que vocês devem ter diversas perguntas, e estou dispostas a responder quase todas.

     Selina nos conta que se tornou vigilante por culpa de um trauma na infância, ela não quis nos dizer qual, mas o Sr.Wayne avisou que era familiar. Depois de treinar diversas artes marciais pelo mundo, ela se fixou em sua cidade natal para combater o crime. Perguntamos por que a do morcego, ela disse que tentou uma vez com gatos mas eles não obedeciam suas ordens, e um sinal enviado por seu pai do além sugeriu usar morcegos:
    -Uma última coisa agentes, não revele minha identidade. Por favor.
    Estava pronta para contestar o pedido, por que o caso era justamente sobre a identidade do vigilante. Não podia entregar o caso sem aquilo. Mas antes que abrisse a boca, Anna falou:
      - É claro que não! Não somos tão ignorantes e egoístas pra revelar seu segredinho pra Wally. Eu invento alguma mentira e entrego o caso.
      - Muito obrigada. Espero e encontrar mais vezes com vocês, esse é o meu contato, usem ele se precisarem de ajuda com algum crime.

         Não falo nada no carro, não pergunto por que ela teria tanto medo de Wally. Não sei se é por estar cansada demais para conversar, ou por temer a resposta. Anna me deixa na frente do meu prédio:
      -Falou, guria. Eu gostei de você, deixa que eu me viro com a papelada. Vai descansar um pouco.
           Agradeço a carona e me despeço dela. Subo rápidamente os degraus, o elevador não funciona mais. Não pulo de euforia por ter terminado um caso, só entro em casa. Digo oi para meu gato preto, não o pego no colo como sempre faço, só o alimento. Não pego um livo pra ler, só deito na cama. Não reflito sobre algum assusnto como sempre faço quando vou dormir, eu só penso... "Como aquela garçonete era bonita."

                                                                  Fim
   
+Leia outros contos de Juliette!
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O Vigilante Noturno - Parte 2 [Contos de Juliette]

                                                [Leia a primeira parte aqui]

    Ouço meu coração bater. Minha mão treme como uma vara, fazendo com que nem consiga carregar minha arma. Saio em busca de Anna, mas toda aquela escuridão só me deixa mais perdida.  Nunca deveria ter ouvido aquela moça, se tivesse simplesmente ignorado ela, eu não estaria aqui. Ouço um barulho a esquerda, viro rapidamente apontando minha arma descarregada; "Parado! Mais um passo e atiro!!"

      Anna nos leva até a cena do crime, mas  não há nenhum indício de um vigilante, muito menos de um morcego gigante. Anna me chama para um canto e pergunta se quero entrevistar a Moça assaltada ou o bandido ensanguentado, escolho a moça, por prezar minha segurança. A moça deve ter no máximo 25, e seus longos cabelos loiros levemente encaracolados combinam com seu rosto, dando um ar juvenil e belo. Ela treme muito, por isso chego calmamente e me apresento. Nada. Pergunto seu nome. Nada. Pergunto se ela está bem. Ela me olha por 2 segundos com um rosto pálido e logo volta a encarar o chão. Elogio seu cabelo, numa última tentativa. Nada. Suspiro e me sento ao seu lado, me lembro do que Natália disse em uma entrevista "Não importa meu nervosismo, o ladrão ou a vítima sempre vai estar mais nervoso". Começo a procurar alguma história para contar a moça, para acalma-la, além de mostrar que sou uma pessoa confiável.
  Abro um sorriso. Ele desliza até minhas orelhas e conta uma piada, ocasionando um riso tímido. Esse ato de felicidade espantou a tristonha moça, mostrando claro sua curiosidade:

  -Lembrei-me de uma história. Quando era pequena, minha prima vivia me atazanando. Ela pegava um ursinho de pelúcia e fingia que ia mata-lo, o que me deixava muito nervosa. Um dia minha mãe se cortou sem querer com uma faca, minha prima, que estava estrangulando o ursinho, foi ajudar. Nisso ela derrubou o urso no chão, quando o achei pensei que ele estivesse morto. Acusei minha prima do homicídio. Mas sabia que precisava de provas contra ela, só assim poderia leva-la a justiça, vingando o Mr.Fluppy. Então corri para o quarto de minha prima e peguei seu chapéu e jaleco, depois coletei alguns brinquedos da sala e reuni eles em minha cama. Comecei a interrogar cada um deles, até descobrir que a ex do Mr.Fluppy o tinha envenenado por inveja. Felizmente quando contei a história para minha prima, ela sorriu e avisou que tinha uma poção mágica, e logo usou seus dotes médicos para traze-lo de volta a vida.

  A moça demorou um ou dois segundos para digerir a história, e depois que percebeu que era apenas uma história ela abriu um sorriso. Um sorriso que deslizou até suas orelhas, e contou uma piada, ocasionando em uma sequência de risos altos. Começo a rir junto com ela, devemos ter ficado 1 minuto rindo. No fim ela já não tremia tanto, suspirou e coletou forças:

   - O-Obrigada.
   - Ahh... Desculpe, mas por que mesmo?
   - Pelo cabelo, obrigada. Acabei de cortar.
    Enquanto estendia sua mão, ela revela seu nome, Laura:
    - Oi Laura! Será que você podia me ajudar a entender o que aconteceu aqui?
                                                                      [...] 

    -  O.K Laura, pode parar. Você me ajudou muito mesmo, agora pega esse dinheiro e chama um táxi pra ver sua irmã no hospital. Mas antes anota o meu e-mail... Prontinho, tchau!

    Olho o relógio e vejo que estou à mais de meia hora aqui, Anna deve estar P vida. Volto para onde ela estava, mas o que antes tinha apenas um carro de polícia tem agora uma ambulância e três viaturas. Mataram Anna, o bandido esfaqueou ela e fugiu. Não, ela foi atravessar a rua e foi atropelada. Não, ela se meteu em uma briga e acabou por ser morta pelo seu oponente. Não, ela... Ela está calmamente fumando no carro. Corro em sua direção e pergunto o que aconteceu. Ela me avisa que quando o ladrão acordou ele entrou em desespero balbuciando algo sobre um morcego gigante, então ele pulou na direção de um policial, mas logo ele conheceu o punho de Anna e desmaiou de novo:

     - Bom... Enquanto você brigava...
     - Acalmava o meliante.
     - Enquanto você  "ACALMAVA" o meliante descobri diversas coisas sobre nosso morcego. Segundo Laura...
      - Quem?
      - A moça assaltada. Segundo ela seu "anjo da guarda" caiu daquela escada; abrindo suas "asas" e lançando uma corda no braço do ladrão, puxando-o em direção ao seu punho, fazendo com que ele caia perto daquele amontoado de sangue e dentes. Depois o morcego levantou o cara e o jogou na parede, a mesma que ele estava antes de ser "acalmado" por você. Ainda acordado, o assaltante jogou diversas coisas em seu agressor, esse que desviou de todas desferindo um último golpe na perna do moço, quebrando muitos ossos.

      - Ou seja... Nosso vigilante consegue planar, possui uma espécie de gancho, é muito ágil e é forte o suficiente para levantar um homem de 70 quilos e quebrar sua perna.
      - Além de se vestir como um morcego.
      - Além de se vestir como um morcego... Ahhh foda-se. Vamos comer, depois a gente pensa em uma lista de suspeitos. Já comeu no "Restaurante No Fim Do Universo"? Não?! Você ainda não sabe o que é comida de verdade!

     O local é bem peculiar. Ele é uma espécie de junção dos restaurantes da década de 60 com uma cena de assassinato. As janelas estão todas quebradas, e em certos pontos da parede há buracos de bala e sangue. Nos sentamos em uma mesa que já teve dias melhores, Anna estende a mão e chama a garçonete, que também já teve dias melhores. A moça chega com uma face assustadora, dando a impressão que ia me matar, e deixando claro que minha presença não era bem vista. Assim que ela anota os pedidos Anna me avisa que recrutas não são bem aceitos aqui:

       -Então verdinha, por que uma garota que nem você iria querer entrar em um mundo como esse, de crimes?
      -Tenho vários motivos, mas o que me incentivou mesmo foi minha prima Rosalina. Ela sempre me contava suas histórias de detetive, e eu ficava maravilhada por cada uma delas.
      -Sua prima Rosalina? Pera... aquela Rosalina? A parceira da Natália?
      -Essa mesma.
      -Caramba garota, você se fudeu.
      -Por que?!
      -Rosalina foi uma das melhores agentes do D.P.S.P, e trouxe uma fama muito boa para o departamento. Todos vão querer que você seja como sua prima, vão cobrar muito de você por isso. Se fosse você guardava esse parentesco pra você.

    Enquanto analiso minha situação, chega outra garçonete. Essa agora aparenta ter minha idade, é um pouco mais magra do que eu, e possui lindos cabelos azuis:

       -Oi! Quem pediu o prato do dia?

     Tento avisar que o prato é de meu pertence, mas minha boca entra em pânico. Desesperado, meu cérebro procura uma solução; ele ordena que meus olhos avisem a Anna quem é a dona do prato, mas ela não nota meu sinal. Consigo ouvir o Tick Tack da bomba se acelerando! Preciso fazer algo agora!!!

       -É... Ahhh... o prato é meu -
        -Desculpe-me, mas não entendi.
      -Macarão é meu, o da "Greenpeace" é o do dia.
       -Aqui está, certinho.
       -Obrigada... Isso foi estranho, mas não tem problema nenhum. Como você mesmo disse "Sem preconceito'.
       -Como ass... Ei! Vai se ferrar! Não é isso, só tava pensando em outra coisa no momento.
       -Sei, já disse que não tem problema algum.
       -Vai se ferrar, Anna! É que quando vi o cabe...
       -Calma, guria. Somos parceiras, pode confiar em mim.

    Depois do almoço volto ao quartel, onde para minha surpresa encontro o bilionário Bruno Wayne e sua esposa Selina Kely. Os dois começaram a investir pesado na polícia, sem nenhum motivo aparente, e por culpa disso eles tem aparecido constantemente no departamento. Sorrateiramente vou em direção a minha mesa, lá começo a ler outros relatos sobre o vigilante noturno. Não há muito nos jornais sobre ele, e na internet minhas buscas sempre caem em um site de quadrinhos. Justamente quando ia ler um artigo sobre o vigilante, minha pesquisa é interrompida pela bilionária. Ela me pergunta sobre o que estou pesquisando, e no mesmo tempo que falo, um tom de preocupação e pânico toma seu rosto. Ela nega com a cabeça e relembra como aquele caso é uma bobagem:

      -Sei que é meio fútil Sra, mas esse homem ou mulher está se arriscando para proteger a cidade. Sem o devido treinamento ele ou ela pode ser morto.
       -Pelo que já li ele parece estar mais treinado e equipado que a polícia.
       -O fato dele ou dela ter dinheiro para comprar equipamentos altamente tecnológicos, não o faz ser melhor que nós.
       -Mas o fato dele combater o crime sozinho, sem toda enrolação jurídica de vocês, sim. Admita querida, ele É superior a grande parte desses homens.

  Ela pisca o olho direito e chama o marido, ambos saem do departamento. Isso foi muito suspeito. Por que ela insistia em chamar o vigilante de homem? E como ela sabia sobre o arsenal dele ? nenhum jornal falará disso. E o mais suspeito, era o fato dela menosprezar tanto o D.P.S.P, mas mesmo assim investir nele! Se existe uma coisa que aprendi lendo Agatha Christie é que não existe coincidência:

-Anna! Liga o carro! Já tenho nossa primeira suspeita.   
   
                                                                    [Continua]
Links + Uma pequena nota=
+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-Vigilante Noturno - Parte3=  Em Breve
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O Vigilante Noturno - Parte 1 [Contos de Juliette]


     Os ventos assobiam em seu ouvido, as folhas deslizavam descontroladamente pela calçadas. As únicas almas nas ruas são a de uma jovem que acaba de terminar o turno, e a das cigarras. A moça caminha apressadamente, hoje é o dia em que sua irmã toma alta do hospital, após o parto. Em meio a emoção de ver à sobrinha ela não percebe os passos que a seguem, até que então uma mão puxa sua bolsa, forçando-a parar. Surpresa ela se vira e vê uma faca poucos centímetros de distância de sua garganta:
         -Passa a bolsa! Perdeu piranha!
     Tentando parecer calma ela avisa que vai entregar a bolsa, cada movimento é calculado mas o ladrão pede pressa. Nervosa ela acaba por derrubar sua bolsa, o agressor vê aquilo como um ato de violência e se prepara para testar o corte sua faca. Ele levanta a faca, apenas para então sentir uma corda prender seu braço. A corda é puxada com força, levando o ladrão ao encontro de um punho, quebrando todos os seus dentes. Desesperado ele tenta se levantar, mas é pego pelas costas e jogado contra a parede. Ainda com adrenalina no corpo ele atira o objeto mais próximo em seu inimigo, que desvia rapidamente e desfere um golpe em sua perna, quebrando diversos ossos. Ainda gritando de dor, o ladrão toma mais um soco no estômago, que o faz cuspir sangue e desmaiar.
   Assustada, a moça se arrasta para um canto. Ela olha para seu herói com medo, só que tão rápido quanto a cena começou o herói abre voo e some. Os únicos vestígios de luta são o ladrão ferido, e a visão que a garota teve de um morcego gigante.


      Muito bem, Juliette. Você vai arrasar com eles, vai mostrar que tem capacidade de ir para uma seção mais importante. Não quero ver você nem mais uma semana no esquadrão inútil!
      Segurando uma caixa de coisas passo na sala de Wally:
       -Com licença, Dra.
       -Olá Juliette. Como vai o primeiro dia?
       -Muito bem, obrigada. Dra., se não fosse pedir muito gostaria de saber qual será meu primeiro caso?
       -Acalme-se recruta. Arrume sua mesa primeiro, depois volte aqui para pegar o caso.
       -Ahhh...  Minha mesa? [Não pode ser...]
       -Sim. Aquela ali, perto dos armários.
        MEU DEUS!!! TENHO UMA MESA SÓ MINHA! MINHA! MESA!! MINHA!!! Isso vai ser bem melhor do que pensava!
      Agradeço e saio da sala. Enquanto me acostumo com a ideia de ter uma mesa só minha, penso em Rosalina. Lembro do dia em que ela me contou como ganhou seu primeiro caso: Ela disse que estava quase morrendo de ansiedade na hora de recebe-lo, mas que a Dra. Wally decidiu contar a história de como  desenvolveu seu amor por gatos. Ela estava quase enforcando Wally, mas tentou parecer interessada para ganhar um bom caso, ela chegou atê mesmo a perguntar o nome de cada gato da Wally! Hehe... Em dias como esse sinto muita saudade dela, quem dera ela estivesse aqui hoje.
        Coloco minha coisas organizadas e bem distribuídas, então percebo que ela está muito diferente das outras mesas, por isso pego um copo de café e coloco nela. Respiro fundo e vou na sala de Wally, bato na porta uma ou duas vezes mas ninguém responde. Tento olhar por trás da porta para ver se alguém está lá dentro, mas alguém cutuca minhas costas:
        -O Cachos Verdes! Amanda já saiu daí faz tempo. Acabei de pegar o arquivo, cê não vai acreditar na merda que arranjaram pra gente! Um maluco sai por aí batendo em ladrões e nos que temos que caçar ele!
        Olho para baixo e vejo uma mulher. Seus cabelos são lisos e escuros, e seus olhos seguem o mesmo padrão. Ela veste um jeans azul, com casaco marrom:
       - Oi! Desculpa mas acho que me confundiu com alguém, Srta...
       - Anna Maria. Cê é a Juliette certo? Não vejo nenhuma outra mulher de cabelos verdes aqui no departamento, então achei que era você.
       -Sou eu mesma. Mas não entendo o que você quer comigo.
       -... Sério?! Eles não te avisaram? típico!
       - Continuo não entendendo.
       - Acorda menina, quem você acha que sou! Sou sua mais nova parceira!
       -Ahhhh! Oi! É que achava que... sabe... você seria...
       -Maior?
       -É. Desculpa, sem preconceito.
       -To ligada, geral iria pensar isso também. Mas fala aí garota, eles pelo menos falaram do caso? Ou nem isso esses vagabundos falaram?
          Nego com a cabeça. Ela suspira e pede para ser seguida, sem entender, muito faço seu desejo. Ela me leva para fora do departamento e avisa que explicaria tudo em seu carro. Estávamos descendo a escadaria, até ela parar e mudar de percurso; voltamos uns degraus e pulamos a barreira da escada:
        -Pra onde a gente ta indo?
       -Já disse, pro meu carro.
       -Mas por esse beco estranho?
       -É um atalho.
    Simplesmente aceito nossa situação e continuo andando. Devemos ter andado 2 ou 3 quarterões antes de chegar no carro dela; esse é inteiramente preto com uma faixa branca com escritos azul "D.P.S.P". "Uma coisa guria. Risca, amassa, suja ou toca meu carro que eu te mato O.K?". Depois dessa declaração espero ela mesmo abrir as portas, vai que aranho alguma coisa. Sento no banco marrom de couro e reparo que o assento do motorista é modificado especialmente para minha parceira, o que deixa praticamente impossível para outra pessoa dirigi-lo:
      -Pois bem garota. Você não sabe nada do caso, certo?
      -Não...
      -O.K... Parece que algum maluco vem combatendo por conta própria crimes na cidade.
      -Atê aí não vejo nenhum problema, ao não ser de que ele vai ser morto já já.
     -Hehe. Mas como tudo nessa cidade é uma loucura tem algo a mais, parece que esse "vigilante" é um  morcego... Gigante.
      -...  ... É zoeira né? Um morcego, MORCEGO, leu muita HQ e decidiu sair por aí batendo em bandidos? Já sabia que esse esquadrão era bem menosprezado, mas mandar a gente investigar esse fato... caso... ocorrência.
     -É isso mesmo verdinha, bem vinda ao meu mundo. Agora vamos achar esse morcego!
                                                       [Continua]
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-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-Vigilante Noturno - Parte2= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/11/o-vigilante-noturno-parte-2-contos-de.html
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai a parte 2 desse conto! Obrigado por lerem!!!