A mente fútil de um ego em crise aberta somente para seus olhos Ou Como parei de me importar com vocês e passei a amar o nada Ou Mais um site vazio
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Os lado negro da força de 2015!
E chegou o fim do ano, um ano marcado pela massiva remasterização da cultura Nerd. Jogos, filmes e quadrinhos olharam para o passado em busca de uma nova esperança, mas no fim essa esperança foi falha. "Nossa! Santa brutalidade e pessimismo!" Não meu jovem porcowan, não estou dizendo que o ano foi um lixo, só lembrando o lado negro da força de 2015, nesse post aqui comentei o lado bom da força. Mas na verdade não irei fazer uma lista, só reclamar de forma direta mesmo :p.
Sei que todo mundo aqui já deve ter visto alguma lista de piores de 2015, e nela com certeza apareceu um dos seguintes filmes: Jurassic World, Exterminador do Futuro: Genesys, Pixels e Quarteto Fantástico. Vou focar apenas nesses filmes, por que eles definem bastante esse ano, tanto no cinema quanto e outras mídias.
Os dois primeiros da lista representam os reboots que ocorrerão esse ano, só de Blockbusters é possível contar 6 filmes que revisitaram velhas franquias (007, Agents from Uncle, Exterminador, Jurassic World, Star Wars, Mad Max). É inegável que tanto Jurassic World ou Exterminador do Futuro copiaram e colaram o roteio de seus antecessores, mas Star Wars também fez a mesma coisa e todo mundo gostou. O que gerou decepção a esses filmes foi o fato de não haver novidade neles. O novo Star Wars, como já falei em sua crítica, possui personagens excelentes que agregam muito a filmes e tiram aquela sensação de reuso, já em Jurassic Wolrd não há nada que te mostre uma novidade. Esse para mim foi o problema dos reboots esse ano, as produtoras apostaram que se simplesmente repaginassem seus clássicos tudo ia ficar bem, mas não ficou.
Outro exemplo disso foram as séries extras das Guerras Secretas esse ano. Não acompanhei Guerras Secretas por querer esperar a saga chegar no Brasil (por isso já me desculpo por ter dito que um post comparativo entre as grandes sagas de quadrinhos de 2015 sairiam ainda em 2015), mas tive certa curiosidade por algumas das edições extras da saga. Li somente a da Guerra Civil, e a HQ não me decepcionou, ela trouxe coisas novas para a clássica saga e não possuía qualquer cópia, sem ser a premissa original, da "antiga" saga. Infelizmente essa HQ parece ser uma exceção, por que as outras foram criticadas por serem cópias do material original.
Saindo da área dos reboots e entrando na área do "Hype". O "Hype" é uma expressão utilizada para demonstrar o grau de ansiosidade por certo produto. Por exemplo o hype para Star Wars estava muito elevado, ou seja todos aguardavam que o filme fosse uma obra de arte. "Interessante... Mas eu com isso?" cito o hype para detalhar o motivo do grande descontamento que certos filmes geraram. Em um mundo dominado pela internet, um comentário de Facebook pode mudar o jeito de como uma pessoa vai analisar o filme. E isso não ocorre apenas em 2015, acontece em todos os anos com todos os produtos. As pessoas estavam com o pé pra trás ao assistirem Quarteto Fantástico, e assim que foram assistir ficaram procurando defeitos e defeitos no filme. Esses defeitos realmente estavam ali, mas toda a áurea criada pela internet entorno do filme moldaram a cabeça das pessoas sobre o filme, fazendo elas crucificarem ele enquanto na verdade o filme só era uma ficção nota 3 qualquer. Estou falando isso para re-lembrar como uma crítica pode ser injusta se for influenciada, vide a minha crítica a 007.
E chegando ao final de nossa amável lista está o real lixo de 2015. Pixels, Minions, Ridiculous 6 são bons exemplos de como não se fazer um filme. aqui estão quaisquer produtos (note a palavra produto) que só querem faturar sem se importar com a qualidade.
Então é isso pessoal, esse foi o último post do ano (Na verdade vai depender se postei a parte boa ou a parte ruim primeiro). 2015 foi marcado por reboots em todas as áreas. Jogos como Rare Replay e Resident Evil Remaster, Filmes como Mad Max e Star Wars, Quadrinhos como Convergence e Guerras Secretas (All New Marvel) mostram como o mundo Nerd se baseou nas suas origens para contar excelentes ou péssimas histórias.
E que 2016 seja marcado pelo novo de novo, havendo reboots bons ao lado de novidades boas
(Ficou meio tiozão esse finalzinho mas O.K.)
O lado bom da força em 2015
Como vocês verão no post de piores do ano, esse foi um ano marcado por reboots, mas não houve pouca novidade e originalidade. O lado novo da força por mais incrível que pareça foi marcado por franquias e continuações. Lembrando que não irei fazer uma lista Nerd, mas sim comentários sobre o ano.
Em todas as listas de melhores do ano devem ter aparecido os seguintes itens: Rise of Tomb Raider, The Witcher 3, Mad Max, Vingadores 2, A Dançarina e Dois Irmãos. Vou utilizar os seguintes itens para comentar o ano.
Começando pelo lado das franquias; The Witcher e Tomb Raider já foram jogos que marcaram seus anos de estreia, ambos trazendo inovação aos vídeo-games, a continuação dessas franquias inovaram em cima do inovador. The Witcher 3 foi ganhador do jogo do ano, o que achei justíssimo, e Rise of the Tomb Raider não foi indicado, uma tremenda injustiça mas continuando; ambos os jogos tinham como principio apenas expandir o jogo original, mas fizeram algo além disso. Rise of the Tomb Raider possui fortes influencias de seu antecessor, aprendendo com os erros dele, entretanto o jogo não fica só nisso; agora ele lembra muito um jogo de sobrevivência estilo Minecraft, no qual você deve caçar recursos para construir melhorias. Esse sistema de caça e crafting agregou muito a franquia, dando um ar novo ao jogo. Esse novo ritmo foi excelente, mas é uma coisa muito difícil de se concretizar. Apostar em uma novidade extrema nem sempre chama muitos consumidores (as vendas de Tomb Raider foram fracas, mas não acho que foi devido a esse novo ritmo, mas sim a concorrência direta com Fallout 4 e Halo 5 no dia de lançamento), por isso filmes como Vingadores a Era de Ultron preferem tomar o mesmo ritmo de seu antecessor, trazendo inovações moderadas. Não entenda mal, gosto de Vingadores mas entendo a falta de uma grande novidade.
Seguindo a mesma ideia de mudanças extremas há Mad Max Fury Road. Com certeza Mad Max é um dos (senão o) melhores filmes do ano, e ele se diferencia completamente de seus antecessores.
Saindo um pouco da área de franquias e entrando em um lado mais independente, há os quadrinhos "A Dançarina" e "Dois Irmãos". Dois Irmãos é outro clássico dos irmãos Gabriel Moon e Fabio Bá, criadores do já clássico "Daytripper". A Dançarina é um quadrinho independente brasileiro que comprei na CCXP, o encontrei após ver a lista de recomendações do Omelete, mas não esperava que fosse tão bom ao ponto de se tornar um dos meus quadrinhos favoritos (irei falar de Dois Irmãos em uma crítica separada, e A Dançarina em um top de melhores HQs). Ambos os quadrinhos representam as novidades desse ano, sendo os dois ideias originais sem qualquer laço com alguma franquia. Escolhi eles não por apenas representar essa autonomia, mas sim por também representarem os quadrinhos e as produções nacionais. 2015 foi um ano no qual os quadrinhos brasileiros possuíram grande destaque, com uma FIQ e uma Comic Con; no final o ano mostrou que realmente o mundo Nerd se concretizou tornado-se algo popular mas ao mesmo tempo artístico.
Star Wars - O Despertar da Força [Crítica]
Não cresci assistindo Star Wars, muito menos o assisti nas telonas; e somente comecei a acompanhar o universo expandindo agora. Mesmo em meio a minha ignorância a série, vibrei ao ler o anúncio do sétimo filme, e entrei em choque com o primeiro trailer. A franquia ultrapassa gerações, e continua a conquistar muitos fãs. Mas mesmo assim era possível ver um desinteresse da nova geração em assistir esse clássico espacial. Com sua força enfraquecida, Star Wars precisava ser repaginado para sobreviver a esse novo mundo de franquias atrás. Para revive a série, o diretor J.J. Abrans (diretor de Lost e os novos filmes de Star Trek) tinha que realmente despertar a força da série nos corações dos mais jovens.
Infelizmente J.J. tomou um caminho cujo o qual não me agrada muito, contar a mesma história mas com um tom mais contemporâneo. O enredo do filme é o mesmo que o do quarto filme: um personagem com uma vida pacata e entediante é introduzido a uma guerra intergalática entre o bem e o mal, esse que possui uma arma poderosíssima que pode destruir planetas com apenas um tiro. Essa é uma estratégia que crítico muito pela falta de originalidade, mas que mantém o filme em uma zona de conforto, na qual chama novos fãs e agrada os mais fanáticos.
A falta de originalidade do roteiro é muito bem compensada pelos novos personagens. Rey, Finn e BB-8 são maravilhosos e são o real brilho do novo filme. Finn é um excelente alívio cômico, BB-8 é adorável e Rey é uma personagem excelente, bem contruida e com uma boa história; é realmente impossível não se apaixonar pelos três. Os três são tão incríveis que você compra o enredo do filme e não se sente estar assistindo o mesmo filme como diversos outras continuações fizeram.
Mas enquanto temos o lado bom da força bem construído, o negro fica desgastado e decepcionante. Kylo Reyn não representa nem 1% do vilão que Vader era. Tanto de mascarrá quanto sem ela, Kylo é apenas um garoto confuso e irritado que não sabe como usar seus poderes. Não me entenda mal, gostei do conflito emocional dele, mas ele não é um vilão. Só no quinto filme Vader mata 3 generais por simplesmente falharem com ele, já Kylo apenas fica irritado e decide usar seu sabre para cortar algum objeto, numa demonstração infantil de ódio e decepção. O Sith também não me foi visto como ameaça, e muito menos como ser vilanesco; nas batalhas contra Finn e Rey, Kylo não representava o perigo e letalidade que Vader representou ao lutar contra Luke.
Algo que me agradou muito foi como introduziram as referências da série. Todas foram intrigadas a história e apresentadas de forma gradual, nenhuma estava lá simplesmente por estar lá; algo que tinha me deixado com muito medo nos trailers.
O filme possui defeitos, como o vilão e o enredo, mas esses são compensados pelas novidades do filme, tais quais Rey e Finn. No fim o sétimo filme da franquia é excelente, cumprindo sua missão de reviver a série, mantendo o padrão original mas o atualizado para um cinema mais liberal.
Nota= 5
Links:
+Críticas=
-Omelete http://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/star-wars-o-despertar-da-forca/?key=103608
-Adoro Cinema http://www.adorocinema.com/filmes/filme-215097/
-Plano Crítico http://www.planocritico.com/critica-star-wars-o-despertar-da-forca-sem-spoilers/
-IGN Brasil http://br.ign.com/star-wars-episodes-vii/13500/review/review-star-wars-o-despertar-da-forca
+HQs de Star Wars=
-Como disse acima não conheço o universo expandido, por isso vou simplesmente passar o link do MRG de recomendações de Star Wars. http://jovemnerd.com.br/matando-robos-gigantes/mrg-298-o-droide-indica-star-wars/
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
O Último Filho - Parte Final [Contos de Juliette]
O Último Filho - Final
(Parte 2) (leia a parte 1)
O trator verde limão parece ter o peso de uma pena nas mãos do menino, nem se incomodando com o peso, ele já estendia a mão para ajudar o homem. O ato heroíco acaba com um sorriso, um sorriso bobo de quem acabou de salvar o mundo, um sorriso que logo se transforma em pânico quando o garoto percebe nossa presença. Ele coloca o trator no chão abruptamente, e logo dispara na direção do milharal. Ele corre tão rápido que nem consigo ve-lo correr.
Anna entra numa espécie de estado de choque, enquanto eu ainda nem me toquei sobre o que aconteceu. Uma velhinha sai de dentro de casa com muita pressa, ela se junta ao marido e começa a falar:
-Acalmem-se queridas. Queiram entrar, meu marido irá preparar um chá para nós.
Nós ainda estamvams digerindo a cena, por isso seguimos debilmente o casal:
-Me chamo Martha Kent, e meu marido é Jonathan Kent. Quais são seus nomes queridas?
-P-Prazer Sr. e Sra. Kent, eu me chamo Julliete de Aurora, e essa é minha parceira Anna Maria.
-Me chame somente de Martha, querida.
O casal tenta difarçar, mas estão extremamente nervosos. Ele treme feito uma vara, e ela transpira muito. Ninguém quer tocar no assunto, entretanto é só uma questão de tempo até alguém questionar o ocorrido:
- Desculpe-me Martha, sei que quando marquei essa entrevista, vocês viram a oportunidade de acabar com toda essa loucura extraterrestre. Mas devido ao que acabamos de testemunhar, temo que seja impossível negar a existência de um super ser nessa casa.
Anna falou, e um ácido veneno saiu de sua boca. Eles se entreolham, e com os olhares eles traçam um plano, tomam sua decisão:
-Pois bem minhas queridas. Não vou enrola-las mais, a cena que testemunharam hoje jamais sairá da mente de vocês. Aquele era meu filho Clark, ele é um bom garoto. Ele... Ele foi um presente de Deus, mas sabemos muito bem que o modo com que ele chegou aqui não foi nada divino. Clark é... Diferente. Ele possui certas "habilidades".
-Ele é um meta-humano.
Outra fala fatal, Anna está afiada hoje. O casal em pânico se entre olha novamente, Martha se vira para nós. Seu olhar fixa no nosso, e por alguns instantes sinto estar sendo lida como um livro. "Me sigam, por favor". Ela nos leva até a porta da garagem, o estranho era que a camionete da família ficava pra fora dela. Indagando o motivo, observo o casal dar seu último voto de confiança e abrirem o portão. "Cacete". Dentro da garagem há um gigantesco cilindro cinza, um pouco queimado na frente, e com muitas marcas de batidas leves. Na parte superior do cilindo há o brasão de um "S", e logo acima uma pequena janela de vidro. O Sr.Kent puxa uma escada e nos mostra o interior do objeto, lá há um almofadado roxo, pequeno o suficiente para portar apenas um bebê:
-Clark, minhas queridas. Não pode ser chamado de Meta-Humano, por que ele... ele não é bem um humano.
...
Passamos horas discutindo com os Kents. Eles são pessoas adoráveis e extremamente gentis. O casal parece ter confiado em nós de peito aberto, respondendo todas as perguntas de Anna. Eu por outro lado só quero falar com o garoto, ele me pareceu muito assustado quando nos viu, e ainda não voltou para casa. O relógio bate sete horas, é melhor nós irmos antes que fique muito escuro:
-OK Senhores. Eu e minha parceira agradecemos muito a sua participação, mas temos que ir, se chegar tarde em casa sem avisar meu marido me mata.
-Vocês já vão?! Não, por favor, eu insito que fiquem. Vou cozinhar o prato favorito do Clark agora, tenho certeza que vocês vão amar! E por falar no Clark, já é hora dele voltar. Ele faz isso todo dia. Ele some durante a tarde, e meu marido tem que ir chamá-lo pra jantar. Tentamos de tudo, mas ele se sente muito deslocado aqui.
Meus ouvidos tinam quando ouço a frase, a oportunidade perfeita. Quase pulando me ofereço a ir buscar o garoto, Anna me taca um olhar de repreensão e não esconde que é contra a ideia. Relutantes o casal deixa eu ir atrás do garoto, eles avisam que o milharal não é muito grande e que se eu seguir o caminho de terra nunca irei me perder.
Me ofereci não por querer sair da casa, muito pelo contrário, achei todo aquele ambiente muito aconchegante. Mas mesmo assim todo caso é um caso, e quanto mais rápido terminar esse, mais rápido recebo outro. Não vou me dar ao luxo de ficar muito tempo nesse esquadrão, quem sabe consigo ir para um departamento fora da cidade, mais perto lá de casa.
O menino não toma muito cuidado em se esconder, acho ele assim que entro no milharal. Me aproximo com calma, a Sra.Kent me avisou que seu filho tem super audição, então ele já sabe que estou aqui:
-Oi. Sou Juliette, você é o Clark certo?
-O-Olá. Desculpe ter saído correndo hoje a tarde, eu fiquei meio... assustado.
-Tudo bem. Você não sabia que estavamos ali, qualquer um ia se assustar. Eu e minha parceira ficamos chocadas quando vimos você levantar aquele trator.
Ele não responde. Está muito nervoso, não sei se é culpa de uma timidez, ou se prefere não falar sobre seus poderes. Sinto muito garoto, só estou fazendo meu trabalho, você vai complementar muito meu relatório:
-Sua mãe Martha, pediu para chama-lo para o jantar.
-Desculpa de novo Sra., mas posso pedir para você falar um pouco mais alto.
-Ah! Eu tava falando baixinho por temer prejudicar sua audição. É que sua mãe falou que você consegue ouvir até batimentos Cardíacos
-... E-ela falou pra vocês? Sobre... Sobre meus "poderes".
- Calma, garoto. Nós somos detetives, não fanáticos de algum fã clube.
Me aproximo lentamente dele, só para sentar ao seu lado e encarar o céu. Tento esbanjar tranquilidade, mostrar que sou confiável, mas se ele realmete pode ouvir meu coração sabe que estou extremamente nervosa:
- Você deve ser muito corajoso. Ter todos esses poderes, eu iria ficar maluca. Sem poderes já fico pressionada o suficiente.
O menino corado se contrai, "Merda, me afastei dele. Não fala de pressão de novo Juliette!":
- Como era? Como era o seu antigo planeta?
- Eu... Eu não sei.
- Você não tem nenhuma foto ou vídeo, algo do tipo.
- Tenho uma de meus pais. Meus pais de "verdade". Mas só.
- Isso deve ser um porre heim? Se eu não tivesse uma foto sequer de casa... eu não sei o que faria. Quando me mudei... Parece que eu perdi tudo que havia construido, perdi as amizades, os parentes, a casa. Claro que ainda posso ligar pra eles, mas não é a mesma coisa.
- Mas... Aquela moça com você, ela não é sua amiga?
- É. Minha única amiga, o que torna ela a melhor certo?
- Então por que você fica pensando nas suas antigas amigas? Elas já não ficaram para trás.
- Por que você fica olhando essa foto de seus antigos pais? Os seus novos te tratam como um filho perdido, eles não são suficientes?
Ele se recolhe, a conversa não está muito agradável para ele. Mas não tenho escolha:
- Olha garoto. Sei como você se sente...
- Não, você não sabe! Nínguem sabe! Você não sabe como é se sintir excluído, como é ser diferente dos demais. Eu nunca vou ser um deles! Não importa o quanto eu tente, posso salvar a vida deles, posso ajudar eles, e mesmo assim eles criam essas porcarias de clãs pra mim! Eu não pedi por isso!
Normalmente estaria morrendo de medo, alguém poderoso como um deus perdendo a calma daquele jeito assusta qualquer um. Mas no momento, eu não pensei nisso. Eu só via nele toda a angústia que guardava dentro de mim, eu via nele um pedaço de mim, um pedaço que quero acalmar. O ataque dele cessa, então ele começa a chorar. Me aproximo e o abraço, soluçando ele diz:
-E-Eu só quero ir pra casa.
-Eu também. Eu também.
...
Jantamos nos Kents, mas saímos logo em seguida contrariando os pedidos da família para ficarmos. No carro Anna puxa minna orelha por tomar uma decisão sem ela, dizendo que somos uma dupla e que agimos juntas:
-... O.K guria, acho que você já entendeu o recado. Agora precisamos conversar sobre o relatório do caso...
-Vamos mentir. Dizemos que os Kents não possuem qualquer ligação extraterrestre, e que foram os fã clubes lunáticos que inventaram toda essa história de alienígenas.
Anna sorri pra mim, ela é minha parceira e vai ficar ao meu lado em qualquer decisão, assim como eu vou ficar do dela. O resto da semana é entediante, terminamos o relatório na terça, e procuramos algumas formas de proibir aqueles lunáticos do fã clube, não conseguimos nada. Sexta-Feira Anna me chamou pra sair, disse que iria parar em casa primeiro, depois decidia. Enquanto me preparava para a terceira temporada de Arquivo X recebo uma mensagem de Anna:
"E ai. VC vem ou não?"
Meu dedo gira entorno da tela, começo a digitar um pedido de desculpa, mas paro. Giro o dedo de novo, apago o rascunho da mensagem e a re-escrevo com uma única palavra... "Sim"
Fim
(Parte 2) (leia a parte 1)
O trator verde limão parece ter o peso de uma pena nas mãos do menino, nem se incomodando com o peso, ele já estendia a mão para ajudar o homem. O ato heroíco acaba com um sorriso, um sorriso bobo de quem acabou de salvar o mundo, um sorriso que logo se transforma em pânico quando o garoto percebe nossa presença. Ele coloca o trator no chão abruptamente, e logo dispara na direção do milharal. Ele corre tão rápido que nem consigo ve-lo correr.
Anna entra numa espécie de estado de choque, enquanto eu ainda nem me toquei sobre o que aconteceu. Uma velhinha sai de dentro de casa com muita pressa, ela se junta ao marido e começa a falar:
-Acalmem-se queridas. Queiram entrar, meu marido irá preparar um chá para nós.
Nós ainda estamvams digerindo a cena, por isso seguimos debilmente o casal:
-Me chamo Martha Kent, e meu marido é Jonathan Kent. Quais são seus nomes queridas?
-P-Prazer Sr. e Sra. Kent, eu me chamo Julliete de Aurora, e essa é minha parceira Anna Maria.
-Me chame somente de Martha, querida.
O casal tenta difarçar, mas estão extremamente nervosos. Ele treme feito uma vara, e ela transpira muito. Ninguém quer tocar no assunto, entretanto é só uma questão de tempo até alguém questionar o ocorrido:
- Desculpe-me Martha, sei que quando marquei essa entrevista, vocês viram a oportunidade de acabar com toda essa loucura extraterrestre. Mas devido ao que acabamos de testemunhar, temo que seja impossível negar a existência de um super ser nessa casa.
Anna falou, e um ácido veneno saiu de sua boca. Eles se entreolham, e com os olhares eles traçam um plano, tomam sua decisão:
-Pois bem minhas queridas. Não vou enrola-las mais, a cena que testemunharam hoje jamais sairá da mente de vocês. Aquele era meu filho Clark, ele é um bom garoto. Ele... Ele foi um presente de Deus, mas sabemos muito bem que o modo com que ele chegou aqui não foi nada divino. Clark é... Diferente. Ele possui certas "habilidades".
-Ele é um meta-humano.
Outra fala fatal, Anna está afiada hoje. O casal em pânico se entre olha novamente, Martha se vira para nós. Seu olhar fixa no nosso, e por alguns instantes sinto estar sendo lida como um livro. "Me sigam, por favor". Ela nos leva até a porta da garagem, o estranho era que a camionete da família ficava pra fora dela. Indagando o motivo, observo o casal dar seu último voto de confiança e abrirem o portão. "Cacete". Dentro da garagem há um gigantesco cilindro cinza, um pouco queimado na frente, e com muitas marcas de batidas leves. Na parte superior do cilindo há o brasão de um "S", e logo acima uma pequena janela de vidro. O Sr.Kent puxa uma escada e nos mostra o interior do objeto, lá há um almofadado roxo, pequeno o suficiente para portar apenas um bebê:
-Clark, minhas queridas. Não pode ser chamado de Meta-Humano, por que ele... ele não é bem um humano.
...
Passamos horas discutindo com os Kents. Eles são pessoas adoráveis e extremamente gentis. O casal parece ter confiado em nós de peito aberto, respondendo todas as perguntas de Anna. Eu por outro lado só quero falar com o garoto, ele me pareceu muito assustado quando nos viu, e ainda não voltou para casa. O relógio bate sete horas, é melhor nós irmos antes que fique muito escuro:
-OK Senhores. Eu e minha parceira agradecemos muito a sua participação, mas temos que ir, se chegar tarde em casa sem avisar meu marido me mata.
-Vocês já vão?! Não, por favor, eu insito que fiquem. Vou cozinhar o prato favorito do Clark agora, tenho certeza que vocês vão amar! E por falar no Clark, já é hora dele voltar. Ele faz isso todo dia. Ele some durante a tarde, e meu marido tem que ir chamá-lo pra jantar. Tentamos de tudo, mas ele se sente muito deslocado aqui.
Meus ouvidos tinam quando ouço a frase, a oportunidade perfeita. Quase pulando me ofereço a ir buscar o garoto, Anna me taca um olhar de repreensão e não esconde que é contra a ideia. Relutantes o casal deixa eu ir atrás do garoto, eles avisam que o milharal não é muito grande e que se eu seguir o caminho de terra nunca irei me perder.
Me ofereci não por querer sair da casa, muito pelo contrário, achei todo aquele ambiente muito aconchegante. Mas mesmo assim todo caso é um caso, e quanto mais rápido terminar esse, mais rápido recebo outro. Não vou me dar ao luxo de ficar muito tempo nesse esquadrão, quem sabe consigo ir para um departamento fora da cidade, mais perto lá de casa.
O menino não toma muito cuidado em se esconder, acho ele assim que entro no milharal. Me aproximo com calma, a Sra.Kent me avisou que seu filho tem super audição, então ele já sabe que estou aqui:
-Oi. Sou Juliette, você é o Clark certo?
-O-Olá. Desculpe ter saído correndo hoje a tarde, eu fiquei meio... assustado.
-Tudo bem. Você não sabia que estavamos ali, qualquer um ia se assustar. Eu e minha parceira ficamos chocadas quando vimos você levantar aquele trator.
Ele não responde. Está muito nervoso, não sei se é culpa de uma timidez, ou se prefere não falar sobre seus poderes. Sinto muito garoto, só estou fazendo meu trabalho, você vai complementar muito meu relatório:
-Sua mãe Martha, pediu para chama-lo para o jantar.
-Desculpa de novo Sra., mas posso pedir para você falar um pouco mais alto.
-Ah! Eu tava falando baixinho por temer prejudicar sua audição. É que sua mãe falou que você consegue ouvir até batimentos Cardíacos
-... E-ela falou pra vocês? Sobre... Sobre meus "poderes".
- Calma, garoto. Nós somos detetives, não fanáticos de algum fã clube.
Me aproximo lentamente dele, só para sentar ao seu lado e encarar o céu. Tento esbanjar tranquilidade, mostrar que sou confiável, mas se ele realmete pode ouvir meu coração sabe que estou extremamente nervosa:
- Você deve ser muito corajoso. Ter todos esses poderes, eu iria ficar maluca. Sem poderes já fico pressionada o suficiente.
O menino corado se contrai, "Merda, me afastei dele. Não fala de pressão de novo Juliette!":
- Como era? Como era o seu antigo planeta?
- Eu... Eu não sei.
- Você não tem nenhuma foto ou vídeo, algo do tipo.
- Tenho uma de meus pais. Meus pais de "verdade". Mas só.
- Isso deve ser um porre heim? Se eu não tivesse uma foto sequer de casa... eu não sei o que faria. Quando me mudei... Parece que eu perdi tudo que havia construido, perdi as amizades, os parentes, a casa. Claro que ainda posso ligar pra eles, mas não é a mesma coisa.
- Mas... Aquela moça com você, ela não é sua amiga?
- É. Minha única amiga, o que torna ela a melhor certo?
- Então por que você fica pensando nas suas antigas amigas? Elas já não ficaram para trás.
- Por que você fica olhando essa foto de seus antigos pais? Os seus novos te tratam como um filho perdido, eles não são suficientes?
Ele se recolhe, a conversa não está muito agradável para ele. Mas não tenho escolha:
- Olha garoto. Sei como você se sente...
- Não, você não sabe! Nínguem sabe! Você não sabe como é se sintir excluído, como é ser diferente dos demais. Eu nunca vou ser um deles! Não importa o quanto eu tente, posso salvar a vida deles, posso ajudar eles, e mesmo assim eles criam essas porcarias de clãs pra mim! Eu não pedi por isso!
Normalmente estaria morrendo de medo, alguém poderoso como um deus perdendo a calma daquele jeito assusta qualquer um. Mas no momento, eu não pensei nisso. Eu só via nele toda a angústia que guardava dentro de mim, eu via nele um pedaço de mim, um pedaço que quero acalmar. O ataque dele cessa, então ele começa a chorar. Me aproximo e o abraço, soluçando ele diz:
-E-Eu só quero ir pra casa.
-Eu também. Eu também.
...
Jantamos nos Kents, mas saímos logo em seguida contrariando os pedidos da família para ficarmos. No carro Anna puxa minna orelha por tomar uma decisão sem ela, dizendo que somos uma dupla e que agimos juntas:
-... O.K guria, acho que você já entendeu o recado. Agora precisamos conversar sobre o relatório do caso...
-Vamos mentir. Dizemos que os Kents não possuem qualquer ligação extraterrestre, e que foram os fã clubes lunáticos que inventaram toda essa história de alienígenas.
Anna sorri pra mim, ela é minha parceira e vai ficar ao meu lado em qualquer decisão, assim como eu vou ficar do dela. O resto da semana é entediante, terminamos o relatório na terça, e procuramos algumas formas de proibir aqueles lunáticos do fã clube, não conseguimos nada. Sexta-Feira Anna me chamou pra sair, disse que iria parar em casa primeiro, depois decidia. Enquanto me preparava para a terceira temporada de Arquivo X recebo uma mensagem de Anna:
"E ai. VC vem ou não?"
Meu dedo gira entorno da tela, começo a digitar um pedido de desculpa, mas paro. Giro o dedo de novo, apago o rascunho da mensagem e a re-escrevo com uma única palavra... "Sim"
Fim
+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-O Vigilante Noturno= Parte 1, 2 e 3
-O Vigilante Noturno= Parte 1, 2 e 3
+Nota= Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
O Último Filho - Parte 2 [Crônicas de Juliette]
O Último Filho
Parte 2 (leia a parte 1)
Acordo ao som do meu celular, ainda sonolenta atendo o aparelho:
-Oi?
-Oi Guria. Tó ligando para avisar que depois de muito esforço consegui a permissão dos Kents. Eles nos deram permissão de fazer um breve interrogatório às quatro da tarde na segunda. Claro que há um bocado de regras, como não poder explorar a fazenda, não sair da casa deles sem autorização, e blá, blá, blá.
-Legal Anna. Vou precisar de carona para chegar lá segunda, então você pode me levar?
-Mas que diabo de pergunta é essa! Caramba garota, nós somos amigas à semanas e você ainda pergunta se posso te dar carona! Dessa forma você me ofende. Aliás... Meu marido e eu gostariamos que você viesse jantar hoje aqui em casa, te mando o endereço por mensagem.
-... Desculpa Anna, mas hoje é um dia muito atarefado para mim. Não vou poder sair hoje. Desculpa.
- Juliette querida, todo final de semana você me enrola. Não sei se você é a presidente de algum país para ter tanto compromisso, ou eu sou uma chata mesmo.
- Não é isso, é que... Ainda preciso me acostumar com a cidade, a vida aqui é muito corrida. Juro juradinho que semana que vem eu saio com você.
-Não posso te obrigar a vir, mas você tem que jurar que vem semana que vem.
-Eu juro!
-Olha que vou gravar isso, tudo que você disser pode e será usado contra você no tribunal. Até segunda guria, se cuida.
-Até segunda, tchau.
Desligo o celular refletindo "Mais um fim de semana regado a reprises de Arquivo X e sorvete". Mas antes de me levantar olho mais uma vez meu celular. Meu plano de fundo sou eu e minhas velhas amigas, todas ficaram na minha cidade natal. Tenho uma pasta só com fotos delas aqui, guardo como lembrança. "Que merda menina! Saí dessa, o que ficou pra trás ficou pra trás" quem me dera desse fosse assim tão fácil.
...
Passei a semana passada inteira pesquisando sobre nosso alien, descobri muitas futilidades, junto de algumas coisas interessantes. Parece que desda chegada do meteorito na fazenda dos Kents, muitos clãs fanáticos por alienígenas criaram diversos mitos em cima desse meteoro. As histórias parecem ter saído das páginas de um quadrinho, homens que levantam carros com uma mão, pessoas que voam, super sentidos, e o caramba a quatro. Aquela mulher que encontramos fazia parte do clã "principal" comandado por Jerry Cigel e Joe Chutes, nesse grupo eles compram fotos que mostram o tal "Super-Homem"; e parece que a regra número um do clube é nunca falar sobre o clube, o que justifica a moça ter fugido de medo assim que nos viu.
Embora os Kents possuirem uma petição do governo que proíbe qualquer acusação ou invetigação sem permissão sobre alienígenas em suas fazendas, muitas pessoas tentam burlar essa lei na tentativa de encontrar algum super humano. O problema é que essa lei também atinge a gente, por isso Anna está ganhou diversos cabelos brancos por tentar entrar legalmente na fazenda.
De São Paulo até a fazenda demora por volta de 3 horas, mas a boa conversa que tenho com Anna faz o tempo voar.
Já nas próximidades da casa dos Kents, Anna liga avisando que estamos chegando, um pouco em cima da hora, mas chegando. Mas assim que chegamos um som abrupto tomou nossos ouvidos, junto a ele um berro de dor. Então vimos o estado caótico: Um homem idoso caiu do trator, esse que vem rapidamente na direção do homem. Um ferimento causado pela queda impede que o senhor se mova, a cena é horrível e instigante. Não importa o quanto eu corra, nunca vou chegar a tempo de salvá-lo. Nada pode impedir aquele desastre, só um deus. E um deus impede o acidente. O Menino chega instanteneamente, e apenas com uma mão ele levanta o trator.
[Parte 3]
Parte 2 (leia a parte 1)
Acordo ao som do meu celular, ainda sonolenta atendo o aparelho:
-Oi?
-Oi Guria. Tó ligando para avisar que depois de muito esforço consegui a permissão dos Kents. Eles nos deram permissão de fazer um breve interrogatório às quatro da tarde na segunda. Claro que há um bocado de regras, como não poder explorar a fazenda, não sair da casa deles sem autorização, e blá, blá, blá.
-Legal Anna. Vou precisar de carona para chegar lá segunda, então você pode me levar?
-Mas que diabo de pergunta é essa! Caramba garota, nós somos amigas à semanas e você ainda pergunta se posso te dar carona! Dessa forma você me ofende. Aliás... Meu marido e eu gostariamos que você viesse jantar hoje aqui em casa, te mando o endereço por mensagem.
-... Desculpa Anna, mas hoje é um dia muito atarefado para mim. Não vou poder sair hoje. Desculpa.
- Juliette querida, todo final de semana você me enrola. Não sei se você é a presidente de algum país para ter tanto compromisso, ou eu sou uma chata mesmo.
- Não é isso, é que... Ainda preciso me acostumar com a cidade, a vida aqui é muito corrida. Juro juradinho que semana que vem eu saio com você.
-Não posso te obrigar a vir, mas você tem que jurar que vem semana que vem.
-Eu juro!
-Olha que vou gravar isso, tudo que você disser pode e será usado contra você no tribunal. Até segunda guria, se cuida.
-Até segunda, tchau.
Desligo o celular refletindo "Mais um fim de semana regado a reprises de Arquivo X e sorvete". Mas antes de me levantar olho mais uma vez meu celular. Meu plano de fundo sou eu e minhas velhas amigas, todas ficaram na minha cidade natal. Tenho uma pasta só com fotos delas aqui, guardo como lembrança. "Que merda menina! Saí dessa, o que ficou pra trás ficou pra trás" quem me dera desse fosse assim tão fácil.
...
Passei a semana passada inteira pesquisando sobre nosso alien, descobri muitas futilidades, junto de algumas coisas interessantes. Parece que desda chegada do meteorito na fazenda dos Kents, muitos clãs fanáticos por alienígenas criaram diversos mitos em cima desse meteoro. As histórias parecem ter saído das páginas de um quadrinho, homens que levantam carros com uma mão, pessoas que voam, super sentidos, e o caramba a quatro. Aquela mulher que encontramos fazia parte do clã "principal" comandado por Jerry Cigel e Joe Chutes, nesse grupo eles compram fotos que mostram o tal "Super-Homem"; e parece que a regra número um do clube é nunca falar sobre o clube, o que justifica a moça ter fugido de medo assim que nos viu.
Embora os Kents possuirem uma petição do governo que proíbe qualquer acusação ou invetigação sem permissão sobre alienígenas em suas fazendas, muitas pessoas tentam burlar essa lei na tentativa de encontrar algum super humano. O problema é que essa lei também atinge a gente, por isso Anna está ganhou diversos cabelos brancos por tentar entrar legalmente na fazenda.
De São Paulo até a fazenda demora por volta de 3 horas, mas a boa conversa que tenho com Anna faz o tempo voar.
Já nas próximidades da casa dos Kents, Anna liga avisando que estamos chegando, um pouco em cima da hora, mas chegando. Mas assim que chegamos um som abrupto tomou nossos ouvidos, junto a ele um berro de dor. Então vimos o estado caótico: Um homem idoso caiu do trator, esse que vem rapidamente na direção do homem. Um ferimento causado pela queda impede que o senhor se mova, a cena é horrível e instigante. Não importa o quanto eu corra, nunca vou chegar a tempo de salvá-lo. Nada pode impedir aquele desastre, só um deus. E um deus impede o acidente. O Menino chega instanteneamente, e apenas com uma mão ele levanta o trator.
[Parte 3]
+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-O Vigilante Noturno= Parte 1, 2 e 3
-O Vigilante Noturno= Parte 1, 2 e 3
+Nota= Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
O Último Filho - Parte 1 [Contos de Juliette]
O Último Filho
Acordo com o som do despertador. Minha cabeça dói um pouco, talvez seja por culpa da pancada que Selina me deu sexta a noite. Ainda um pouco tonta me levanto e encaro meu quarto; faz 2 meses desde que mudei para esse apartamento, e para esta cidade. Achei que depois de um tempo já teria me naturalizado ao apartamento, e, enquanto me preparo para trabalhar, lembro de quando mudei para São Paulo.
Mudei para cá sem grandes esperanças. As poucas notícias que chegavam em minha casa tinham uma visão assustadora de São Paulo; estupros, assassinatos, psicopatas, todos reunidos em uma grande caixinha de horror. Quando Rosalina anunciou que iria se mudar para a capital Paulista, meus pais quase compraram um carro forte para trazê-la. E quando chegara a minha vez de sair da toca, recebi apenas um conselho "Não deixe a cidade consumir você, querida". Meu coração estava quase explodindo ao chegar na cidade. O medo fazia meus olhos vasculharem cada canto da rodoviária em busca de algum sinal de perigo. Era uma estranha sozinha em uma cidade com um monte de estranhos, com uma reputação estranha, ruas estranhas, um mundo estranho. Lembro que demorei semanas e semanas para me acostumar a tudo aquilo, e até hoje me sinto um pouco deslocada.
Recebo uma ligação de Anna, ela pergunta se quero carona para o departamento. Aceito sem relutância, Anna foi minha primeira amiga na cidade, e mesmo a conhecendo a pouco tempo sinto que posso confiar minha vida à ela. No carro ela me conta que tentou me chamar várias vezes para sair, mas nínguem nunca atendeu suas ligações. Não falo em voz alta, mas ainda sinto desconfiança para sair de casa, tenho medo do que pode me acontecer. Invento uma falsa doença para despistar Anna, mas algo em seus olhos me diz que ela conhece muito bem a verdade. Já no departamento vou para a minha mesa enquanto Anna pega o caso com Wally, aproveito e analiso as pessoas ao meu redor. Todas, sem exceção, pareciam querer estar mortas; trabalhavam entre bocejos e olhadas no relógio, algumas desistiram de fingir e simplesmente ficavam mandando mensagem no celular. Rosalina falava com tanta paixão desse departamento, ela amava tanto isso aqui, nunca reclamou de nada, de seus companheiros ou de seus casos; mas vendo por meus olhos, aqui é um local extremamente depressivo. As mesas se tornaram Feudos, isolando seu integrante do mundo; e não é somente no departamento, é na cidade inteira. Milhares de pessoas, até milhões, compartilhando o mesmo chão, o mesmo céu, mas nínguem sabe o nome uma da outra!
Anna saí revoltada da sala da Wally, quase mandando verbalmente tudo pro inferno. "Guria! Pro carro agora! Não quero ficar nem mais um segundo nessa merda!" Ou o caso que nós pegamos é um real absurdo, ou Anna pirou e decidiu virar detetive particular. Apostei na segunda, por considerar que seria mais divertido. Infelizmente erro de novo:
- Cacete, Guria. Eu juro que na próxima vez que a desgraçada nos der um caso merda desses, vou arrancar a dentadas a orelha dela. Olha essa droga!
Ela joga uma fina pasta marrom no meu colo, na frente há o nosso nome e um espaço para assinatura. Dentro há um livreto de leis, um folheto autorizando a investigação e duas página recortada de jornal. Nele há uma notícia de 2000 sobre um asteróide que caiu na terra, mais precisamente na fazenda dos Kents, e o outro recorte de janeiro de 2015 falando sobre um objeto voando entre prédios:
-Mas... Eles querem que a gente investige isso?! A primeira notícia é de 15 anos atrás, e a segunda é quase do ano passado! Por que não enviaram outros agentes na época?!
-Isso é o que te choca, querida?! O que me deixa puta é o fato deles nos enviarem para investigar um caso de extraterrestres, pelo amor de deus! Sinto falta de quando caçava bêbados perdidos em parques de diversão.
...
Anna decidiu que antes de realizarmos uma pesquisa mais apurada, é melhor irmos para o bairo onde supostamente foi visto o objeto. A ideia original era interessante, se estivessemos investigando o caso em Janeiro, mas depois de 11 meses nínguem mais lembrava do extraterrestre. Depois de 3 horas Anna avisa para encerrar e voltarmos para o departamento, peço para investigar só mais uma casa antes de ir. A casa tava mais para um apê, quando bato na porta, ela se abre sozinha. "Alô! Alguém em casa?!" níguem responde, e assim que coloco minha cabeça para dentro vejo uma sala muito engraçada. Nela não havia nada, sem móveis, sem divisórias, apenas uma porção de fotos. As fotos eram claramente amadoras, e com um pouco de imaginação você conseguia ver um borão vermelho no meio do céu:
-Vam bora guria. Já ta na hora do almo... Mas que porra é essa?!
- E-Eu não sei, a porta abriu assim que bati. E acho que essas fotos são do nosso alien.
- Você acha?! Faça um favor e pega a câmera lá no carro, obrigada.
Assim que chego no carro ouço Anna gritar meu nome, me viro rápidamente e vejo produtos de supermercado rolando os degraus e uma moça correndo desesperadamente de Anna. "Corre guria!" E sem raciocinar direito parto em perseguição a moça.
Ela não é muito rápida, igual a mim, mas ela conhece o percurso, o que lhe da uma grande vantagem. Não importa o quão rápido corra, ela sempre consegue entrar em alguma esquina ganhando mais e mais tempo. Cansada começo a diminuir o ritmo, e vejo a moça se distanciando muito de mim, até ela se tornar nada menos que um ponto no horizonte.
Volto a Anna ofegante feito um cão:
-E-ela... [respiro fundo] Ela fugiu.
-Merda. Pois bem, vamos isolar essa área. Quero tudo exatamente como chegamos, vou pegar a câmera. Vai analisando a cena enquanto isso.
Primeiro foi o caso do Morcego Herói, agora entramos em um caso extraterrestre. Essa cidade ainda vai me deixar louca.
[Parte 2]
Anna decidiu que antes de realizarmos uma pesquisa mais apurada, é melhor irmos para o bairo onde supostamente foi visto o objeto. A ideia original era interessante, se estivessemos investigando o caso em Janeiro, mas depois de 11 meses nínguem mais lembrava do extraterrestre. Depois de 3 horas Anna avisa para encerrar e voltarmos para o departamento, peço para investigar só mais uma casa antes de ir. A casa tava mais para um apê, quando bato na porta, ela se abre sozinha. "Alô! Alguém em casa?!" níguem responde, e assim que coloco minha cabeça para dentro vejo uma sala muito engraçada. Nela não havia nada, sem móveis, sem divisórias, apenas uma porção de fotos. As fotos eram claramente amadoras, e com um pouco de imaginação você conseguia ver um borão vermelho no meio do céu:
-Vam bora guria. Já ta na hora do almo... Mas que porra é essa?!
- E-Eu não sei, a porta abriu assim que bati. E acho que essas fotos são do nosso alien.
- Você acha?! Faça um favor e pega a câmera lá no carro, obrigada.
Assim que chego no carro ouço Anna gritar meu nome, me viro rápidamente e vejo produtos de supermercado rolando os degraus e uma moça correndo desesperadamente de Anna. "Corre guria!" E sem raciocinar direito parto em perseguição a moça.
Ela não é muito rápida, igual a mim, mas ela conhece o percurso, o que lhe da uma grande vantagem. Não importa o quão rápido corra, ela sempre consegue entrar em alguma esquina ganhando mais e mais tempo. Cansada começo a diminuir o ritmo, e vejo a moça se distanciando muito de mim, até ela se tornar nada menos que um ponto no horizonte.
Volto a Anna ofegante feito um cão:
-E-ela... [respiro fundo] Ela fugiu.
-Merda. Pois bem, vamos isolar essa área. Quero tudo exatamente como chegamos, vou pegar a câmera. Vai analisando a cena enquanto isso.
Primeiro foi o caso do Morcego Herói, agora entramos em um caso extraterrestre. Essa cidade ainda vai me deixar louca.
[Parte 2]
+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-O Vigilante Noturno= Parte 1, 2 e 3
-O Vigilante Noturno= Parte 1, 2 e 3
+Nota= Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.
DC Cinematic Universe, resta esperança?
Meus queridos porquinhos! Creio que todos já assistiram dez vezes o trailer da Guerra Civil, e estão tão ansiosos como o meu para a Fase 3 da Marvel. Mas enquanto a Marvel se prepara para colocar uma terceira equipe no cinema, a DC tenta concretizar sua primeira e maior equipe. O atraso é grande, mas será que a DC consegue tirar a diferença de 12 filmes com apenas 1 filme? E como ela vai pode fazer isso sem fazer m3rd@?
Antes de tudo é necessário analisar as falhas do M.C.U (Marvel Cinematic Universe. Sim, eu também não gosto dessa sigla), para depois aprendermos sobre como a DC pode explorar cada uma delas:
-Falta de personagens femininos. Por enquanto as únicas personagens femininas na Marvel que possuem algum valor são: A minha querida Natasha, que querendo ou não não foi muito bem desenvolvida até agora, e nem possui um filme confirmado (
-Também há a falta de personagens negros na Marvel. Até o fim da Fase 2 (Que acabou com a Primeira temporada de Jessica Jones), nó só temos o Falcão e o Luke Cage como heróis. Falcão ainda não foi muito explorado, e Cage cai no mesmo problema que a Jessica; o Pantera só vai aparecer na Fase 3.
-Villões caricatos. Fora o Loki e o Kilgrave (Home-Púrpura, villão da Jessica Jones) não tivemos nenhum villão de peso na Marvel, o que para os quadrinhos é um ultraje.
Na lista de filmes da DC já é possível perceber que ela está trabalhando nos dois primeiros itens da lista, mas mesmo assim vai levar um tempo até ela abordar esse fatores (Mulher-Maravilha= 2017 Cyborg= 2020). O terceiro item não é algo que a DC deve se preocupar muito, por que seus quadrinhos sempre foram marcados pelos vilões, o mesmo deve acontecer no cinema.
Mesmo com filmes que já eliminariam esses problemas, a DC não pode esperar até o lançamento deles. Utilizar a Dianna no Batman vs Superman foi uma boa jogada, por que essa trindade heróica sempre foi muito legal nos quadrinhos e pode apresentar uma personagem feminina muito importante. Outra jogada que é um tanto duvidosa, mas que com certeza será utilizada, é apresentar a Liga já nesse novo filme.
A ideia de unir a Liga agora é uma medida de claro desespero, já que a Marvel demorou 6 filmes para unir os Vingadores. Embora seja uma estratégia que torna a consolidação do universo DC ser mais rápida, é extremamente problemática por poder entrar em conflito com o enredo do filme. Batman V Superman irá contar a luta entre o Batman e o Super-Homem, com a participação da Mulher-Maravilha; empurar mais 4 heróis para esse filme pode desfocar do conceito original, tornando o final do filme conflitante com o meio e o início.
É inegável que a DC está tomando desvios perigosos, mas com uma boa equipe para organizar esse universo somado a filmes autônomos mas ao mesmo tempo conectados, teremos mais um grande univero cinematrográfico para curtir e debater no cinema. Aliás, quando será que a DC vai introduzir o Caçador de Marte, ele pode ser inútil ás vezes, mas mesmo assim gostamos do nosso fósforo favorito.
Links=
+Quadrinhos muito legais com o Batema ao lado do Super-Homem.
-Inimigos Públicos:http://www.livrariacultura.com.br/p/superman-e-batman-inimigos-publicos-1861269
-O Cavaleiro Das Trevas:http://www.comix.com.br/product_info.php?products_id=25555
-Batman Silêncio: (Publicado também na coleção da Eaglemotions) http://www.livrariacultura.com.br/p/batman-o-silencio-edicao-definitiva-3210277
+Pra não esquecer da Diana:
-Fase inicial dos Novos 52: (Publicado pela Panini na revista Universo DC) e (Comixology, em inglê, até o volume 6)
-Fase da Década de 80: https://www.comixology.com/Wonder-Woman-1987-2006/comics-series/4690?ref=c2VhcmNoL2luZGV4L3RhYmxldC9zbGlkZXJMaXN0L3Nlcmllc1NsaWRlcg
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