sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Deadpool [Crítica]


    Olha... na verdade não sei bem por que estou escrevendo a crítica de Deadpool, já que o filme é exatamente o que o trailer dizia que ia ser. Não tem segredo sobre o ritmo do filme: Wade faz piada, mata, piada, mata, piada, explode alguma coisa, piada, cena "dramática", piada com morte. Se reclamei quando J.J Abrans tomou uma decisão fácil ao "recontar" Star Wars, deveria ficar enfurecido com Ryan Reynolds e Tim Miller. Não havia o que errar num filme de comédia besteirol sanguinária... ou havia?

      Infelizmente havia, a história. Deadpool possui uma história (por mais incrível que pareça) não apenas uma justificativa para ele cometer genocídios pelo mundo. A história é boa, e tenta trazer um lado nem profundo para o personagem, diferente de algumas HQs  do personagem. Enquanto em uma de suas HQs Wade salva a América de seus Ex-Presidentes zumbificados, no filme ele luta com o Vilão Genérico e malvado e inexplicavelmente imortal Número 42 para recuperar a beleza de seu rosto. A trama realmente agrega algo ao personagem, mas o filme não se leva a sério o suficiente para tornar tudo aquilo relevante. Tendo um personagem tão idiota (no bom sentido) quanto o Deadpool, a história dos presidentes mortos fica muito melhor do que o drama romântico, até por que a história dos presidentes zumbis é realmente boa.


       Claro que quando fui ver o filme não esperava assistir um drama do Coisa escrito pelo Alan Moore e desenhado pelo Frank Miller, mas sim uma cacetada de piadas e litros de sangue espalhados pelo cenário; e claro que o filme me entrega isso. Logo na primeira cena do filme já vejo todos esses meus desejos realizados em câmera lenta, algo que dificilmente veria nas HQs*. Wade é uma metralhadora de piadas, e como toda metralhadora alguns tiros acertam, outros não. Metade dos tiros passam longe, mas alguns acertam pontos críticos como a piada na Mansão do X-Men.
       As participações de Colossos e Míssil Adolescente Megassônico (Sim eu precisei colocar nome dela no Google) foram fundamentais para as partes cômicas do filme, sendo quase todas as melhores piadas da união deles com Wade. Assim como os dois X-Mens, quase todos os personagens secundários só estão lá pela parte cômica, todos unilaterais claro. A única que não é apenas cômica é a personagem de Morena Baccarin que mantém a parte (ruim) dramática do filme.


        Claro que antes de concluir esse post preciso falar de Ryan Reynolds. Palmas para ele por favor (O primeiro a dar uma de Deadpool e falar de Tocantis é bloqueado). Reynolds não apenas é a alma do filme, é toda sua estrutura. O ator cuidou de todo marketing, e sem ele esse filme não seria nada mais do que um vídeo de 10 minutos no You Tube. Reynolds também se dedicou muito ao papel, com uma atuação excelente e natural a modo Deadpool. Claro que os outros atores cumpriram bem seu papel, mas a falta de destaque de seus personagens e o empenho dele não deixa espaço para mais ninguém no palco.


       O filme é excelente ao seu próprio modo de ser, tentar juga-lo pela história é igual julgar a habilidade de uma ameba em construir um míssil nuclear em 30 minutos. Claro que vou tirar um pouco de nota por causa disso, mas o filme cumpre a promessa básica de ser engraçado e divertido. Não é o melhor filme de Super Herói, nem passa perto de ser, mas é um dos mais divertidos.

                                                             Nota: 4,5

*Tem uma HQ dos Supremos, os Vingadores do universo Ultimate (o universo secundário da Marvel), em que há uma luta entre o Mercúrio e outro herói veloz. Essa luta ocorre enquanto o Gavião Arqueiro é derrubado no chão, tudo em câmera lenta. Vale a pena conferiri, link abaixo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário