quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Os lado negro da força de 2015!



   E chegou o fim do ano, um ano marcado pela massiva remasterização da cultura Nerd. Jogos, filmes e quadrinhos olharam para o passado em busca de uma nova esperança, mas no fim essa esperança foi falha. "Nossa! Santa brutalidade e pessimismo!" Não meu jovem porcowan, não estou dizendo que o ano foi um lixo, só lembrando o lado negro da força de 2015, nesse post aqui comentei o lado bom da força. Mas na verdade não irei fazer uma lista, só reclamar de forma direta mesmo :p.

    Sei que todo mundo aqui já deve ter visto alguma lista de piores de 2015, e nela com certeza apareceu um dos seguintes filmes: Jurassic World, Exterminador do Futuro: Genesys, Pixels e Quarteto Fantástico. Vou focar apenas nesses filmes, por que eles definem bastante esse ano, tanto no cinema quanto e outras mídias.

    Os dois primeiros da lista representam os reboots que ocorrerão esse ano, só de Blockbusters é possível contar 6 filmes que revisitaram velhas franquias (007, Agents from Uncle, Exterminador, Jurassic World, Star Wars, Mad Max). É inegável que tanto Jurassic World ou Exterminador do Futuro copiaram e colaram o roteio de seus antecessores, mas Star Wars também fez a mesma coisa e todo mundo gostou. O que gerou decepção a esses filmes foi o fato de não haver novidade neles. O novo Star Wars, como já falei em sua crítica, possui personagens excelentes que agregam muito a filmes e tiram aquela sensação de reuso, já em Jurassic Wolrd não há nada que te mostre uma novidade. Esse para mim foi o problema dos reboots esse ano, as produtoras apostaram que se simplesmente repaginassem seus clássicos tudo ia ficar bem, mas não ficou.
    Outro exemplo disso foram as séries extras das Guerras Secretas esse ano. Não acompanhei Guerras Secretas por querer esperar a saga chegar no Brasil (por isso já me desculpo por ter dito que um post comparativo entre as grandes sagas de quadrinhos de 2015 sairiam ainda em 2015), mas tive certa curiosidade por algumas das edições extras da saga. Li somente a da Guerra Civil, e a HQ não me decepcionou, ela trouxe coisas novas para a clássica saga e  não possuía qualquer cópia, sem ser a premissa original, da "antiga" saga. Infelizmente essa HQ parece ser uma exceção, por que as outras foram criticadas por serem cópias do material original.

     Saindo da área dos reboots e entrando na área do "Hype". O "Hype" é uma expressão utilizada para demonstrar o grau de ansiosidade por certo produto. Por exemplo o hype para Star Wars estava muito elevado, ou seja todos aguardavam que o filme fosse uma obra de arte. "Interessante... Mas eu com isso?" cito o hype para detalhar o motivo do grande descontamento que certos filmes geraram. Em um mundo dominado pela internet, um comentário de Facebook pode mudar o jeito de como uma pessoa vai analisar o filme. E isso não ocorre apenas em 2015, acontece em todos os anos com todos os produtos. As pessoas estavam com o pé pra trás ao assistirem Quarteto Fantástico, e assim que foram assistir ficaram procurando defeitos e defeitos no filme. Esses defeitos realmente estavam ali, mas toda a áurea criada pela internet entorno do filme moldaram a cabeça das pessoas sobre o filme, fazendo elas crucificarem ele enquanto na verdade o filme só era uma ficção nota 3 qualquer. Estou falando isso para re-lembrar como uma crítica pode ser injusta se for influenciada, vide a minha crítica a 007.

      E chegando ao final de nossa amável lista está o real lixo de 2015. Pixels, Minions, Ridiculous 6 são bons exemplos de como não se fazer um filme. aqui estão quaisquer produtos (note a palavra produto) que só querem faturar sem se importar com a qualidade.

       Então é isso pessoal, esse foi o último post do ano (Na verdade vai depender se postei a parte boa ou a parte ruim primeiro). 2015 foi marcado por reboots em todas as áreas. Jogos como Rare Replay e Resident Evil Remaster, Filmes como Mad Max e Star Wars, Quadrinhos como Convergence e Guerras Secretas (All New Marvel)  mostram como o mundo Nerd se baseou nas suas origens para contar excelentes ou péssimas histórias.

       E que 2016 seja marcado pelo novo de novo, havendo reboots bons ao lado de novidades boas
                                       (Ficou meio tiozão esse finalzinho mas O.K.)

O lado bom da força em 2015


   Como vocês verão no post de piores do ano, esse foi um ano marcado por reboots, mas não houve pouca novidade e originalidade. O lado novo da força por mais incrível que pareça foi marcado por franquias e continuações. Lembrando que não irei fazer uma lista Nerd, mas sim comentários sobre o ano.

    Em todas as listas de melhores do ano devem ter aparecido os seguintes itens: Rise of Tomb Raider, The Witcher 3, Mad Max, Vingadores 2, A Dançarina e Dois Irmãos. Vou utilizar os seguintes itens para comentar o ano.

     Começando pelo lado das franquias; The Witcher e Tomb Raider já foram jogos que marcaram seus anos de estreia, ambos trazendo inovação aos vídeo-games, a continuação dessas franquias inovaram em cima do inovador. The Witcher 3 foi ganhador do jogo do ano, o que achei justíssimo, e Rise of the Tomb Raider não foi indicado, uma tremenda injustiça mas continuando; ambos os jogos tinham como principio apenas expandir o jogo original, mas fizeram algo além disso. Rise of the Tomb Raider possui fortes influencias de seu antecessor, aprendendo com os erros dele, entretanto o jogo não fica só nisso; agora ele lembra muito um jogo de sobrevivência estilo Minecraft, no qual você deve caçar recursos para construir melhorias. Esse sistema de caça e crafting agregou muito a franquia, dando um ar novo ao jogo. Esse novo ritmo foi excelente, mas é uma coisa muito difícil de se concretizar. Apostar em uma novidade extrema nem sempre chama muitos consumidores (as vendas de Tomb Raider foram fracas, mas não acho que foi devido a esse novo ritmo, mas sim a concorrência direta com Fallout 4 e Halo 5 no dia de lançamento), por isso filmes como Vingadores a Era de Ultron preferem tomar o mesmo ritmo de seu antecessor, trazendo inovações moderadas. Não entenda mal, gosto de Vingadores  mas entendo a falta de uma grande novidade.
    Seguindo a mesma ideia de mudanças extremas há Mad Max Fury Road. Com certeza Mad Max é um dos (senão o) melhores filmes do ano, e ele se diferencia completamente de seus antecessores.

     Saindo um pouco da área de franquias e entrando em um lado mais independente, há os quadrinhos "A Dançarina" e "Dois Irmãos". Dois Irmãos é outro clássico dos irmãos Gabriel Moon e Fabio Bá, criadores do já clássico "Daytripper". A Dançarina é um quadrinho independente brasileiro que comprei na CCXP, o encontrei após ver a lista de recomendações do Omelete, mas não esperava que fosse tão bom ao ponto de se tornar um dos meus quadrinhos favoritos (irei falar de Dois Irmãos em uma crítica separada, e A Dançarina em um top de melhores HQs). Ambos os quadrinhos representam as novidades desse ano, sendo os dois ideias originais sem qualquer laço com alguma franquia. Escolhi eles não por apenas representar essa autonomia, mas sim por também representarem os quadrinhos e as produções nacionais. 2015 foi um ano no qual os quadrinhos brasileiros possuíram grande destaque, com uma FIQ e uma Comic Con; no final o ano mostrou que realmente o mundo Nerd se concretizou tornado-se algo popular mas ao mesmo tempo artístico.

Star Wars - O Despertar da Força [Crítica]


     Não cresci assistindo Star Wars, muito menos o assisti nas telonas; e somente comecei a acompanhar o universo expandindo agora. Mesmo em meio a minha ignorância a série, vibrei ao ler o anúncio do sétimo filme, e entrei em choque com o primeiro trailer. A franquia ultrapassa gerações, e continua a conquistar muitos fãs. Mas mesmo assim era possível ver um desinteresse da nova geração em assistir esse clássico espacial. Com sua força enfraquecida, Star Wars precisava ser repaginado para sobreviver a esse novo mundo de franquias atrás. Para revive a série, o diretor J.J. Abrans (diretor de Lost e os novos filmes de Star Trek) tinha que realmente despertar a força da série nos corações dos mais jovens.

          Infelizmente J.J. tomou um caminho cujo o qual não me agrada muito, contar a mesma história mas com um tom mais contemporâneo. O enredo do filme é o mesmo que o do quarto filme: um personagem com uma vida pacata e entediante é introduzido a uma guerra intergalática entre o bem e o mal, esse que possui uma arma poderosíssima que pode destruir planetas com apenas um tiro. Essa é uma estratégia que crítico muito pela falta de originalidade, mas que mantém o filme em uma zona de conforto, na qual chama novos fãs e agrada os mais fanáticos.

          A falta de originalidade do roteiro é muito bem compensada pelos novos personagens. Rey, Finn e BB-8 são maravilhosos e são o real brilho do novo filme. Finn é um excelente alívio cômico, BB-8 é adorável e Rey é uma personagem excelente, bem contruida e com uma boa história; é realmente impossível não se apaixonar pelos três. Os três são tão incríveis que você compra o enredo do filme e não se sente estar assistindo o mesmo filme como diversos outras continuações fizeram.

          Mas enquanto temos o lado bom da força bem construído, o negro fica desgastado e decepcionante. Kylo Reyn não representa nem 1% do vilão que Vader era. Tanto de mascarrá quanto sem ela, Kylo é apenas um garoto confuso e irritado que não sabe como usar seus poderes. Não me entenda mal, gostei do conflito emocional dele, mas ele não é um vilão. Só no quinto filme Vader mata 3 generais por simplesmente falharem com ele, já Kylo apenas fica irritado e decide usar seu sabre para cortar algum objeto, numa demonstração infantil de ódio e decepção. O Sith também não me foi visto como ameaça, e muito menos como ser vilanesco; nas batalhas contra Finn e Rey, Kylo não representava o perigo e letalidade que Vader representou ao lutar contra Luke.

             Algo que me agradou muito foi como introduziram as referências da série. Todas foram intrigadas a história e apresentadas de forma gradual, nenhuma estava lá simplesmente por estar lá; algo que tinha me deixado com muito medo nos trailers.

               O filme possui defeitos, como o vilão e o enredo, mas esses são compensados pelas novidades do filme, tais quais Rey e Finn. No fim o sétimo filme da franquia é excelente, cumprindo sua missão de reviver a série, mantendo o padrão original mas o atualizado para um cinema mais liberal.

                                                          Nota= 5
Links:
+Críticas=
-Omelete http://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/star-wars-o-despertar-da-forca/?key=103608
-Adoro Cinema http://www.adorocinema.com/filmes/filme-215097/
-Plano Crítico http://www.planocritico.com/critica-star-wars-o-despertar-da-forca-sem-spoilers/
-IGN Brasil http://br.ign.com/star-wars-episodes-vii/13500/review/review-star-wars-o-despertar-da-forca

+HQs de Star Wars=
-Como disse acima não conheço o universo expandido, por isso vou simplesmente passar o link do MRG de recomendações de Star Wars. http://jovemnerd.com.br/matando-robos-gigantes/mrg-298-o-droide-indica-star-wars/

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Último Filho - Parte Final [Contos de Juliette]

                                                   O Último Filho - Final
                                                 (Parte 2)   (leia a parte 1)

     O trator verde limão parece ter o peso de uma pena nas mãos do menino,  nem se incomodando com o peso, ele já estendia a mão para ajudar o homem. O ato heroíco acaba com um sorriso, um sorriso bobo de quem acabou de salvar o mundo, um sorriso que logo se transforma em pânico quando o garoto percebe nossa presença. Ele coloca o trator no chão abruptamente, e logo dispara na direção do milharal. Ele corre tão rápido que nem consigo ve-lo correr.
      Anna entra numa espécie de estado de choque, enquanto eu ainda nem me toquei sobre o que aconteceu. Uma velhinha sai de dentro de casa com muita pressa, ela se junta ao marido e começa a falar:
       -Acalmem-se queridas. Queiram entrar, meu marido irá preparar um chá para nós.
       Nós ainda estamvams digerindo a cena, por isso seguimos debilmente o casal:
       -Me chamo Martha Kent, e meu marido é Jonathan Kent. Quais são seus nomes queridas?
        -P-Prazer Sr. e Sra. Kent, eu me chamo Julliete de Aurora, e essa é minha parceira Anna Maria.
         -Me chame somente de Martha, querida.
           O casal tenta difarçar, mas estão extremamente nervosos. Ele treme feito uma vara, e ela transpira muito. Ninguém quer tocar no assunto, entretanto é só uma questão de tempo até alguém questionar o ocorrido:
         - Desculpe-me Martha, sei que quando marquei essa entrevista, vocês viram a oportunidade de acabar com toda essa loucura extraterrestre. Mas devido ao que acabamos de testemunhar, temo que seja impossível negar a existência de um super ser nessa casa.
            Anna falou, e um ácido veneno saiu de sua boca. Eles se entreolham, e com os olhares eles traçam um plano, tomam sua decisão:
         -Pois bem minhas queridas. Não vou enrola-las mais, a cena que testemunharam hoje jamais sairá da mente de vocês. Aquele era meu filho Clark, ele é um bom garoto. Ele... Ele foi um presente de Deus, mas sabemos muito bem que o modo com que ele chegou aqui não foi nada divino. Clark é... Diferente. Ele possui certas "habilidades".
           -Ele é um meta-humano.
               Outra fala fatal, Anna está afiada hoje. O casal em pânico se entre olha novamente, Martha se vira para nós. Seu olhar fixa no nosso, e por alguns instantes sinto estar sendo lida como um livro. "Me sigam, por favor". Ela nos leva até a porta da garagem, o estranho era que a camionete da família ficava pra fora dela. Indagando o motivo, observo o casal dar seu último voto de confiança e abrirem o portão. "Cacete". Dentro da garagem há um gigantesco cilindro cinza, um pouco queimado na frente, e com muitas marcas de batidas leves. Na parte superior do cilindo há o brasão de um "S", e logo acima uma pequena janela de vidro. O Sr.Kent puxa uma escada e nos mostra o interior do objeto, lá há um almofadado roxo, pequeno o suficiente para portar apenas um bebê:
             -Clark, minhas queridas. Não pode ser chamado de Meta-Humano, por que ele... ele não é bem um humano.
                                                                      ...
       Passamos horas discutindo com os Kents. Eles são pessoas adoráveis e extremamente gentis. O casal parece ter confiado em nós de peito aberto, respondendo todas as perguntas de Anna. Eu por outro lado só quero falar com o garoto, ele me pareceu muito assustado quando nos viu, e ainda não voltou para casa. O relógio bate sete horas, é melhor nós irmos antes que fique muito escuro:
        -OK Senhores. Eu e minha parceira agradecemos muito a sua participação, mas temos que ir, se chegar tarde em casa sem avisar meu marido me mata.
         -Vocês já vão?! Não, por favor, eu insito que fiquem. Vou cozinhar o prato favorito do Clark agora, tenho certeza que vocês vão amar! E por falar no Clark, já é hora dele voltar. Ele faz isso todo dia. Ele some durante a tarde, e meu marido tem que ir chamá-lo pra jantar. Tentamos de tudo, mas ele se sente muito deslocado aqui.
          Meus ouvidos tinam quando ouço a frase, a oportunidade perfeita. Quase pulando me ofereço a ir buscar o garoto, Anna me taca um olhar de repreensão e não esconde que é contra a ideia. Relutantes o casal deixa eu ir atrás do garoto, eles avisam que o milharal não é muito grande e que se eu seguir o caminho de terra nunca irei me perder.
            Me ofereci não por querer sair da casa, muito pelo contrário, achei todo aquele ambiente muito aconchegante. Mas mesmo assim todo caso é um caso, e quanto mais rápido terminar esse, mais rápido recebo outro. Não vou me dar ao luxo de ficar muito tempo nesse esquadrão, quem sabe consigo ir para um departamento fora da cidade, mais perto lá de casa.
             O menino não toma muito cuidado em se esconder, acho ele assim que entro no milharal. Me aproximo com calma, a Sra.Kent me avisou que seu filho tem super audição, então ele já sabe que estou aqui:
            -Oi. Sou Juliette, você é o Clark certo?
            -O-Olá. Desculpe ter saído correndo hoje a tarde, eu fiquei meio... assustado.
            -Tudo bem. Você não sabia que estavamos ali, qualquer um ia se assustar. Eu e minha parceira ficamos chocadas quando vimos você levantar aquele trator.
               Ele não responde. Está muito nervoso, não sei se é culpa de uma timidez, ou se prefere não falar sobre seus poderes. Sinto muito garoto, só estou fazendo meu trabalho, você vai complementar muito meu relatório:
             -Sua mãe Martha, pediu para chama-lo para o jantar.
            -Desculpa de novo Sra., mas posso pedir para você falar um pouco mais alto.
             -Ah! Eu tava falando baixinho por temer prejudicar sua audição. É que sua mãe falou que você consegue ouvir até batimentos Cardíacos
            -... E-ela falou pra vocês? Sobre... Sobre meus "poderes".
            - Calma, garoto. Nós somos detetives, não fanáticos de algum fã clube.
           Me aproximo lentamente dele, só para sentar ao seu lado e encarar o céu. Tento esbanjar tranquilidade, mostrar que sou confiável, mas se ele realmete pode ouvir meu coração sabe que estou extremamente nervosa:
              - Você deve ser muito corajoso. Ter todos esses poderes, eu iria ficar maluca. Sem poderes já fico pressionada o suficiente.
             O menino corado se contrai, "Merda, me afastei dele. Não fala de pressão de novo Juliette!":
             - Como era? Como era o seu  antigo planeta?
             - Eu... Eu não sei.
             - Você não tem nenhuma foto ou vídeo, algo do tipo.
             - Tenho uma de meus pais. Meus pais de "verdade". Mas só.
             - Isso deve ser um porre heim? Se eu não tivesse uma foto sequer de casa... eu não sei o que faria. Quando me mudei... Parece que eu perdi tudo que havia construido, perdi as amizades, os parentes, a casa. Claro que ainda posso ligar pra eles, mas não é a mesma coisa.
              - Mas... Aquela moça com você, ela não é sua amiga?
              - É. Minha única amiga, o que torna ela a melhor certo?
              - Então por que você fica pensando nas suas antigas amigas? Elas já não ficaram para trás.
              - Por que você fica olhando essa foto de seus antigos pais? Os seus novos te tratam como um filho perdido, eles não são suficientes?
                  Ele se recolhe, a conversa não está muito agradável para ele. Mas não tenho escolha:
              - Olha garoto. Sei como você se sente...
              - Não, você não sabe! Nínguem sabe! Você não sabe como é se sintir excluído, como é ser diferente dos demais. Eu nunca vou ser um deles! Não importa o quanto eu tente, posso salvar a vida deles, posso ajudar eles, e mesmo assim eles criam essas porcarias de clãs pra mim! Eu não pedi por isso!
               Normalmente estaria morrendo de medo, alguém poderoso como um deus perdendo a calma daquele jeito assusta qualquer um.  Mas no momento, eu não pensei nisso. Eu só via nele toda a angústia que guardava dentro de mim, eu via nele um pedaço de mim, um pedaço que quero acalmar. O ataque dele cessa, então ele começa a chorar. Me aproximo e o abraço, soluçando ele diz:
             -E-Eu só quero ir pra casa.
             -Eu também. Eu também.
                                                                        ...
        Jantamos nos Kents, mas saímos logo em seguida contrariando os pedidos da família para ficarmos. No carro Anna puxa minna orelha por tomar uma decisão sem ela, dizendo que somos uma dupla e que agimos juntas:
        -... O.K guria, acho que você já entendeu o recado. Agora precisamos conversar sobre o relatório do caso...
        -Vamos mentir. Dizemos que os Kents não possuem qualquer ligação extraterrestre, e que foram os fã clubes lunáticos que inventaram toda essa história de alienígenas.
         Anna sorri pra mim, ela é minha parceira e vai ficar ao meu lado em qualquer decisão, assim como eu vou ficar do dela. O resto da semana é entediante, terminamos o relatório na terça, e procuramos algumas formas de proibir aqueles lunáticos do fã clube, não conseguimos nada. Sexta-Feira Anna me chamou pra sair, disse que iria parar em casa primeiro, depois decidia. Enquanto me preparava para a terceira temporada de Arquivo X recebo uma mensagem de Anna:
                                                     "E ai. VC vem ou não?"
 Meu dedo gira entorno da tela, começo a digitar um pedido de desculpa, mas paro. Giro o dedo de novo, apago o rascunho da mensagem e a re-escrevo com uma única palavra...                                               "Sim"

                                                                  Fim
+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-O Vigilante Noturno= Parte 12 e 3
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.
           

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O Último Filho - Parte 2 [Crônicas de Juliette]

                                                        O Último Filho
                                                   Parte 2   (leia a parte 1)

   Acordo  ao som do meu celular, ainda sonolenta atendo o aparelho:
   -Oi?
   -Oi Guria. Tó ligando para avisar que depois de muito esforço consegui a permissão dos Kents. Eles nos deram permissão de fazer um breve interrogatório às quatro da tarde na segunda. Claro que há um bocado de regras, como não poder explorar a fazenda, não sair da casa deles sem autorização, e blá, blá, blá.
     -Legal Anna. Vou precisar de carona para chegar lá segunda, então você pode me levar?
      -Mas que diabo de pergunta é essa! Caramba garota, nós somos amigas à semanas e você ainda pergunta se posso te dar carona! Dessa forma você me ofende. Aliás... Meu marido e eu gostariamos que você viesse jantar hoje aqui em casa, te mando o endereço por mensagem.
      -... Desculpa Anna, mas hoje é um dia muito atarefado para mim. Não vou poder sair hoje. Desculpa.
      - Juliette querida, todo final de semana você me enrola. Não sei se você é a presidente de algum país para ter tanto compromisso, ou eu sou uma chata mesmo.
       - Não é isso, é que... Ainda preciso me acostumar com a cidade, a vida aqui é muito corrida. Juro juradinho que semana que vem eu saio com você.
        -Não posso te obrigar a vir, mas você tem que jurar que vem semana que vem.
         -Eu juro!
        -Olha que vou gravar isso, tudo que você disser pode e será usado contra você no tribunal. Até segunda guria, se cuida.
         -Até segunda, tchau.
    Desligo o celular refletindo "Mais um fim de semana regado a reprises de Arquivo X e sorvete". Mas antes de me levantar olho mais uma vez meu celular. Meu plano de fundo sou eu e minhas velhas amigas, todas ficaram na minha cidade natal. Tenho uma pasta só com fotos delas aqui, guardo como lembrança. "Que merda menina! Saí dessa, o que ficou pra trás ficou pra trás" quem me dera desse fosse assim tão fácil.
                                                                   ...
    Passei a semana passada inteira pesquisando sobre nosso alien, descobri muitas futilidades, junto de algumas coisas interessantes. Parece que desda chegada do meteorito na fazenda dos Kents, muitos clãs fanáticos por alienígenas criaram diversos mitos em cima desse meteoro. As histórias parecem ter saído das páginas de um quadrinho, homens que levantam carros com uma mão, pessoas que voam, super sentidos, e o caramba a quatro. Aquela mulher que encontramos fazia parte do clã "principal" comandado por Jerry Cigel e Joe Chutes, nesse grupo eles compram fotos que mostram o tal "Super-Homem"; e parece que a regra número um do clube é nunca falar sobre o clube, o que justifica a moça ter fugido de medo assim que nos viu.
    Embora os Kents possuirem uma petição do governo que proíbe qualquer acusação ou invetigação sem permissão sobre alienígenas em suas fazendas, muitas pessoas tentam burlar essa lei na tentativa de encontrar algum super humano. O problema é que essa lei também atinge a gente, por isso Anna está ganhou diversos cabelos brancos por tentar entrar legalmente na fazenda.

     De São Paulo até a fazenda demora por volta de 3 horas, mas a boa conversa que tenho com Anna faz o tempo voar.
     Já nas próximidades da casa dos Kents, Anna liga avisando que estamos chegando, um pouco em cima da hora, mas chegando. Mas assim que chegamos um som abrupto tomou nossos ouvidos, junto a ele um berro de dor.  Então vimos o estado caótico: Um homem idoso caiu do trator, esse que vem rapidamente na direção do homem. Um ferimento causado pela queda impede que o senhor se mova, a cena é horrível e instigante. Não importa o quanto eu corra, nunca vou chegar a tempo de salvá-lo. Nada pode impedir aquele desastre, só um deus. E um deus impede o acidente. O Menino chega instanteneamente, e apenas com uma mão ele levanta o trator.
                                                        [Parte 3]

+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-O Vigilante Noturno= Parte 12 e 3
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.
             

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Último Filho - Parte 1 [Contos de Juliette]

                                                          O Último Filho

        Acordo com o som do despertador. Minha cabeça dói um pouco, talvez seja por culpa da pancada que Selina me deu sexta a noite. Ainda um pouco tonta me levanto e encaro meu quarto; faz 2 meses desde que mudei para esse apartamento, e para esta cidade. Achei que depois de um tempo já teria me naturalizado ao apartamento, e, enquanto me preparo para trabalhar, lembro de quando mudei para São Paulo.
    Mudei para cá sem grandes esperanças. As poucas notícias que chegavam em minha casa tinham uma visão assustadora de São Paulo; estupros, assassinatos, psicopatas, todos reunidos em uma grande caixinha de horror. Quando Rosalina anunciou que iria se mudar para a capital Paulista, meus pais quase compraram um carro forte para trazê-la. E quando chegara a minha vez de sair da toca, recebi apenas um conselho "Não deixe a cidade consumir você, querida". Meu coração estava quase explodindo ao chegar na cidade. O medo fazia meus olhos vasculharem cada canto da rodoviária em busca de algum sinal de perigo. Era uma estranha sozinha em uma cidade com um monte de estranhos, com uma reputação estranha, ruas estranhas, um mundo estranho. Lembro que demorei semanas e semanas para me acostumar a tudo aquilo, e até hoje me sinto um pouco deslocada.

    Recebo uma ligação de Anna, ela pergunta se quero carona para o departamento. Aceito sem relutância, Anna foi minha primeira amiga na cidade, e mesmo a conhecendo a pouco tempo sinto que posso confiar minha vida à ela. No carro ela me conta  que tentou me chamar várias vezes para sair, mas nínguem nunca atendeu suas ligações. Não falo em voz alta, mas ainda sinto desconfiança para sair de  casa, tenho medo do que pode me acontecer. Invento uma falsa doença para despistar Anna, mas algo em seus olhos me diz que ela conhece muito bem a verdade. Já no departamento vou para  a minha mesa enquanto Anna pega o caso com Wally, aproveito e analiso as pessoas ao meu redor. Todas, sem exceção, pareciam querer estar mortas; trabalhavam entre bocejos e olhadas no relógio, algumas desistiram de fingir e simplesmente ficavam mandando mensagem no celular. Rosalina falava com tanta paixão desse departamento, ela amava tanto isso aqui, nunca reclamou de nada, de seus companheiros ou de seus casos; mas vendo por meus olhos, aqui é um local extremamente depressivo. As mesas se tornaram Feudos, isolando seu integrante do mundo; e não é somente no departamento, é na cidade inteira. Milhares de pessoas, até milhões, compartilhando o mesmo chão, o mesmo céu, mas nínguem sabe o nome uma da outra!
          Anna saí revoltada da sala da Wally, quase mandando verbalmente tudo pro inferno. "Guria! Pro carro agora! Não quero ficar nem mais um segundo nessa merda!" Ou o caso que nós pegamos é um real absurdo, ou Anna pirou e decidiu virar detetive particular. Apostei na segunda, por considerar que seria mais divertido. Infelizmente erro de novo:

  - Cacete, Guria. Eu juro que na próxima vez que a desgraçada nos der um caso merda desses, vou arrancar a dentadas a orelha dela. Olha essa droga!

     Ela joga uma fina pasta marrom no meu colo, na frente há o nosso nome e um espaço para assinatura. Dentro há um livreto de leis, um folheto autorizando a investigação e duas página recortada de jornal. Nele há uma notícia de 2000 sobre um asteróide que caiu na terra, mais precisamente na fazenda dos Kents, e o outro recorte de janeiro de 2015 falando sobre um objeto voando entre prédios:

   -Mas... Eles querem que a gente investige isso?! A primeira notícia é de 15 anos atrás, e a segunda é quase do ano passado! Por que não enviaram outros agentes na época?!
    -Isso é o que te choca, querida?! O que me deixa puta é o fato deles nos enviarem para investigar um caso de extraterrestres, pelo amor de deus! Sinto falta de quando caçava bêbados perdidos em parques de diversão.
                                                                           ...
          Anna decidiu que antes de realizarmos uma pesquisa mais apurada, é melhor irmos para o bairo onde supostamente foi visto o objeto. A ideia original era interessante, se estivessemos investigando o caso em Janeiro, mas depois de 11 meses nínguem mais lembrava do extraterrestre. Depois de 3 horas Anna avisa para encerrar e voltarmos para o departamento, peço para investigar só mais uma casa antes de ir. A casa tava mais para um apê, quando bato na porta, ela se abre sozinha. "Alô! Alguém em casa?!" níguem responde, e assim que coloco minha cabeça para dentro vejo uma sala muito engraçada. Nela não havia nada, sem móveis, sem divisórias, apenas uma porção de fotos. As fotos eram claramente amadoras, e com um pouco de imaginação você conseguia ver um borão vermelho no meio do céu:
   -Vam bora guria. Já ta na hora do almo... Mas que porra é essa?!
   - E-Eu não sei, a porta abriu assim que bati. E acho que essas fotos são do nosso alien.
   - Você acha?! Faça um favor e pega a câmera lá no carro, obrigada.
      Assim que chego no carro ouço Anna gritar meu nome, me viro rápidamente e vejo produtos de supermercado rolando os degraus e uma moça correndo desesperadamente de Anna. "Corre guria!" E sem raciocinar direito parto em perseguição a moça.
        Ela não é muito rápida, igual a mim, mas ela conhece o percurso, o que lhe da uma grande vantagem. Não importa o quão rápido corra, ela sempre consegue entrar em alguma esquina ganhando mais e mais tempo. Cansada começo a diminuir o ritmo, e vejo a moça se distanciando muito de mim, até ela se tornar nada menos que um ponto no horizonte.
           Volto a Anna ofegante feito um cão:
      -E-ela... [respiro fundo] Ela fugiu.
      -Merda. Pois bem, vamos isolar essa área. Quero tudo exatamente como chegamos, vou pegar a câmera. Vai analisando a cena enquanto isso.
      Primeiro foi o caso do Morcego Herói, agora entramos em um caso extraterrestre. Essa cidade ainda vai me deixar louca.

                                                           [Parte 2]


+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-O Vigilante Noturno= Parte 1, 2 e 3
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.

DC Cinematic Universe, resta esperança?


    Meus queridos porquinhos! Creio que todos já assistiram dez vezes o trailer da Guerra Civil, e estão tão ansiosos como o meu para a Fase 3 da Marvel. Mas enquanto a Marvel se prepara para colocar uma terceira equipe no cinema, a DC tenta concretizar sua primeira e maior equipe. O atraso é grande, mas será que a DC consegue tirar a diferença de 12 filmes com apenas 1 filme? E como ela vai pode fazer isso sem fazer m3rd@?

    Antes de tudo é necessário analisar as falhas do M.C.U (Marvel Cinematic Universe. Sim, eu também não gosto dessa sigla), para depois aprendermos sobre como a DC pode explorar cada uma delas:
   -Falta de personagens femininos. Por enquanto as únicas personagens femininas na Marvel que possuem algum valor são: A minha querida Natasha, que querendo ou não não foi muito bem desenvolvida até agora, e nem possui um filme confirmado (Marvel desgraçada). A Peggy Carter, que possui uma série só dela, mas como nós sabemos ela é inutilizável para a Marvel (Leia este post para entender melhor, aviso de Spoiler para a Guerra Civil). Jessica Jones, a série dela é muito boa (Crítica do Porco), mas ela é uma personagem muito fechada em seu mundo, dificilmente ela irá participar de um Vingadores. Hope, A.K.A Vespa, essa sim vai abrir as portas para as mulheres na Marvel, mas por enquanto só reta a esperança (trocadilho ruim). A Gamora, que está no espaço ao lado dos Guardiões. A Wanda, que acabou de ser apresentada no Vingadores 2, e promete ser explorada no Guerra Civil. 6 mulheres ( 8 se contar a Hill com a Quake), com 14 filmes e 4 seriados e nós só temos 4 personagens fortes femininas.
   -Também há a falta de personagens negros na Marvel. Até o fim da Fase 2 (Que acabou com a Primeira temporada de Jessica Jones), nó só temos o Falcão e o Luke Cage como heróis. Falcão ainda não foi muito explorado, e Cage cai no mesmo problema que a Jessica; o Pantera só vai aparecer na Fase 3.
   -Villões caricatos. Fora o Loki e o Kilgrave (Home-Púrpura, villão da Jessica Jones) não tivemos nenhum villão de peso na Marvel, o que para os quadrinhos é um ultraje.

     Na lista de filmes da DC já é possível perceber que ela está trabalhando nos dois primeiros itens da lista, mas mesmo assim vai levar um tempo até ela abordar esse fatores (Mulher-Maravilha= 2017 Cyborg= 2020). O terceiro item não é algo que a DC deve se preocupar muito, por que seus quadrinhos sempre foram marcados pelos vilões, o mesmo deve acontecer no cinema.
      Mesmo com filmes que já eliminariam esses problemas, a DC não pode esperar até o lançamento deles. Utilizar a Dianna no Batman vs Superman foi uma boa jogada, por que essa trindade heróica sempre foi muito legal nos quadrinhos e pode apresentar uma personagem feminina muito importante. Outra jogada que é um tanto duvidosa, mas que com certeza será utilizada, é apresentar a Liga já nesse novo filme.

           A ideia de unir a Liga agora é uma medida de claro desespero, já que a Marvel demorou 6 filmes para unir os Vingadores. Embora seja uma estratégia que torna a consolidação do universo DC ser mais rápida, é extremamente problemática por poder entrar em conflito com o enredo do filme. Batman V Superman irá contar a luta entre o Batman e o Super-Homem, com a participação da Mulher-Maravilha; empurar mais 4 heróis para esse filme pode desfocar do conceito original, tornando o final do filme conflitante com o meio e o início.

           É inegável que a DC está tomando desvios perigosos, mas com uma boa equipe para organizar esse universo somado a filmes autônomos mas ao mesmo tempo conectados, teremos mais um grande univero cinematrográfico para curtir e debater no cinema. Aliás, quando será que a DC vai introduzir o Caçador de Marte, ele pode ser inútil ás vezes, mas mesmo assim gostamos do nosso fósforo favorito.
 
Links=
+Quadrinhos muito legais com o Batema ao lado do Super-Homem.
-Inimigos Públicos:http://www.livrariacultura.com.br/p/superman-e-batman-inimigos-publicos-1861269
-O Cavaleiro Das Trevas:http://www.comix.com.br/product_info.php?products_id=25555
-Batman Silêncio: (Publicado também na coleção da Eaglemotions) http://www.livrariacultura.com.br/p/batman-o-silencio-edicao-definitiva-3210277

+Pra não esquecer da Diana:
-Fase inicial dos Novos 52: (Publicado pela Panini na revista Universo DC) e (Comixology, em inglê, até o volume 6)
-Fase da Década de 80: https://www.comixology.com/Wonder-Woman-1987-2006/comics-series/4690?ref=c2VhcmNoL2luZGV4L3RhYmxldC9zbGlkZXJMaXN0L3Nlcmllc1NsaWRlcg

domingo, 29 de novembro de 2015

007 Contra Spectre [Crítica]




   Espero que nessa altura do campeonato todos estejam cientes do meu amor por filmes de espião. A mistura fantástica de ficção e fantasia são pratos cheios para mim; cada budget que aparece em cena é um deleite para mim, cada cena surreal de ação me realiza psicologicamente. Durante esse ano tivemos diverso filmes de espião (Kingsman, Missão impossível, Agent from U.N.C.L.E), um melhor que o outro. Entretanto havia uma coisa faltando, nesse mar de espionagem faltava alguém; faltava o maior espião (masculino) de todos os tempos. E o nome desse espião é Bond, James Bond!

    Spectre não apenas tinha a árdua missão de fechar o ano para o setor da espionagem, mas como tinha que ser o último filme de Daniel Craig como Bond, e trabalhar com a organização mais clássica do universo 007. Tais tarefas eram muito complexas, por que ela forçam muito a ideia de universo, algo que 007 nunca precisou. Vamos deixar mais claro: Por exemplo a própria Spectre, ela é importante para o universo do James Bond. Mas os filmes do 007 possuem começo, meio e fim, sem toda essa enrolação de que no filme anterior a Spectre fez tal coisa que deixou o mundo de tal jeito e blá, blá, blá.

     Infelizmente, neste novo filme há a criação de universo. É necessário ter visto Cassino Royale, Quanto of Solance e Skyfall para entender 100% Spectre, algo jamais visto na franquia. "Mas Porco! Você não gosta do universo Marvel, e atê incentiva que a DC crie filmes mais conectados?" Pareço meio hipócrita realmente, mas no caso dessas franquias o universo compartilhado já faz parte de seu DNA, diferente de 007.

        Mas não se engane, Spectre não errou somente na utilização de Spectre. O roteiro vende um Bond atormentado, que deseja parar com a onda de mortes. Mas nas cenas de ação isso some completamente, Bond mata todos que se põe em seu caminho; e ele não se contenta apenas em mata-los, ele mata eles de várias maneiras diferentes! Daniel Crag também não se preocupa em mostrar a sofrência de Bond, com uma atuação desanimada e forçada e implora para nunca mais olhar para a cara de James Bond.

         O filme comete erros mortais. O vilão depende de um conhecimento sobre o universo Bond. Os atores são horríveis. O roteiro possui diversas falhas. Mas acima de tudo, não é um filme do James Bond, esse foi o erro fatal. No filme eu não via o homem estiloso, mulherengo, mestre da espionagem que Bond era; eu vejo um bructus com terno fingindo ser um agente secreto.

          No final o filme não é tão ruim, só não é um filme padrão James Bond. Se ao invés de "007 contra Spectre", eles tivessem colocado "Filme de ação genérico contra uma organização nem um pouca genérica" seria um filme melhor. Ele consegue arrancar um suado 3, mas por não se tratar de uma franquia genérico recebe um 1.

                                                   Nota= 1
Links=
+Box 007=   http://www.livrariacultura.com.br/p/007-james-bond-monster-box-3221672
+Outras Críticas=
-Omelete   http://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/007-spectre/?key=102135
-Adoro Cinema   http://www.adorocinema.com/filmes/filme-206892/criticas-adorocinema/
-Plano Crítico   http://www.planocritico.com/critica-007-contra-spectre/

O trailer da Guerra Civil!!!


  Originalmente hoje iria sair só o post sobre 007, que já está no ar por sinal, mas ocorreu um fenômeno interessante hoje. Inesperadamente a Marvel liberou o trailer da Guerra Civil!
   Ninguém esperava o lançamento do trailer hoje, mas já que saiu, por que atrasar o post né

    OK... Tem alguns fatores bem interessantes no trailer. Um deles é o fator "Bucky". Não esperava que o Ex-Soldado Invernal seria tão importante para a trama, mas o trailer deixa claro que ele deve ser o estopim da Guerra. O próprio Steve admitiu que Bucky foi acusado por um crime e que estão o caçando, não sabemos se é realmente aquela explosão que colocou um alvo em suas costas, ou se é algum crime cometido enquanto ele era o Soldado Invernal. Mesmo com essa incerteza é perceptível o fato de que Bucky está em conflito com o governo, provavelmente por ele recusar a lei de registro.
     Steve está defendendo Bucky com todas as suas forças, e em vários momentos aparecem heróis como a Viúva-Negra e o Homem De Ferro (Heróis do time rival de Steve)  relutantes a entrar em combate com Rogers. Isso é um ponto a ser considerado, por que talvez o lei de registro não seja tão relevante assim para Steve, mas a proteção de seu Amigo sim. Isso alteraria o foco da guerra, o que seria mais óbvio para o cinema, já que nínguem usa máscara mesmo (A lei de registro deve ser polêmica pelo fato de monopolizar os Vingadores a certos países, fazendo com que a equipe tenha suas ações presas por acordos políticos).

        Outra coisa bem legal desse trailer é a aparição do Pantera Negra. Já havíamos visto o visual dele, mas agora o vemos em ação. O que é estranho é o fato dele não estar nas imagens das equipes, mas por vezes luta contra Steve; suponho que ele vai tentar se manter neutro na guerra, mas no meio da trama ele irá escolher um lado (Nos quadrinhos ele está no do Capitão).

          Ainda há muita coisa escondida do filme, como a participação do Capitão Zemmo ou a do Homem-Aranha, mas espero que a Marvel segure seus segredos, por que a estratégia de marketing de Vingadores 2 contou detalhadamente o filme inteiro.

        Não pera... Há algo muito errado nessas imagem...

         O.K Marvel... Natasha está do lado do Tony... Merda... Bom. O Tony nem é tão do mal assim! O Steve deve estar meio mal da cabeça sabe, o Bucky voltou e tals... Não! Já sei! Ela está do lado do Steve, mas finge que está do Stark para coletar informações! Ou o Omelete está correto, e o Stark chantageou a Natasha! Ela não está do lado do Stark por que ela quer! Ela não pode estar por que ela quer...

Links=
+outras analises do trailer
-Omelete=https://www.youtube.com/watch?v=bXCW8Pr3V5s
-MDM=http://melhoresdomundo.net/podcast-mdm-341-1h-cagando-regra-do-trailer-de-2min-de-capitao-america-guerra-civil/
-Plano Critico= http://www.planocritico.com/entenda-melhor-capitao-america-guerra-civil-o-teaser-trailer-em-detalhes/

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O Vigilante Noturno - Parte Final [Contos de Juliette]

                                            [Parte 1  e  Parte 2]

    Ela e o marido saem rapidamente do Departamento, só parando para dizer olá para o Detetive Gordon. Anna fazia questão de lembrar que seguir os novos investidores era loucura, e que nós seriamos mutiladas vivas por Wally. Mesmo protestando, minha parceira manifestante segue cuidadosamente o carro do casal. Eles fizeram 3 paradas no total, anotei cada uma delas por indagar a existência de uma correlação: O Departamento de Polícia (Do momento em que entrei até  sair se passou 1 hora, mas eles poderiam estar lá antes de minha chegada), Torre Wayne (40 minutos) e um restaurante de alta classe recheado com luz LED (Duas horas). Revezamos os turnos de vigia, mesmo assim estávamos cansadas, nossos corpos já reclamavam de exaustão. Mas não posso desistir, o quanto antes terminar o caso, antes a Wally vai perceber que sou boa no que faço, embora o que faço seja desvalorizado. Já faz duas horas, Anna dorme tranquilamente, duas horas. Acordei muito cedo hoje, duas horas. Cansada, duas horas. Não consigo olhar pra essa luz mais, duas horas. Casa, duas horas. Cama, duas horas. Palpebras pesadas, duas... Daqui à pouco eles saem, sim... uma simples s o  n  e   c   .         .            .

   - Juliette! Verdinha! Acorda Porra!!!
   - Ah! Anna? O que aconteceu? Eles ja saíram?!
   - Como vou saber guria! Acabei de me levantar e me deparo com você assim! Dependendo de nós duas eles podem estar lá até agora ou terem saído a muito tempo.
   - Merda! Entrar lá é entregar nossa identidade, eles já devem suspeitar que estão sendo seguidos, só iriamos fazer o favor de esclarecer isso a eles.
   - Bom... tentamos. Vamos para casa, amanhã terminamos o caso.
   - Não! E se eles não aparecerem amanhã! Teríamos que esperar o fim de semana todo para ter outra oportunidade!
   - O que sugere, guria!? Existem outros suspeitos, é só procurar, esses daí vão dar muito trabalho.
 
     Anna está certa, eles são caso perdido. Nunca vamos conseguir rastrear seus passos, até mesmo nos dias em que estamos com toda disposição não conseguiremos. Quero ir pra casa, nós duas queremos, mas se formos iremos perder muito tempo. Não disponho desse luxo... pensa Juliette, pensa. Rosalina iria saber como sair dessa situação... ... ... Já sei!

     -Eureka! Já sei o que vamos fazer! Nós vamos para casa deles, investigar o máximo possível. Se estiverem lá retornamos para casa.
    - Você não pode ser tão ingenua e burra assim, pode?
    - Sei que parece loucura...
    - Parece não, é loucura!!!
    - Mas pode dar certo! É nossa única escolha.
    - Ou seja; você quer invadir a casa de um milionário, sem um mandato, alegando que ele é um vigilante que se veste como morcego. Sendo que na casa dele deve haver no mínimo 7.000 guardas. Querida, já te achava meio estranha pelo cabelo, mas agora tenho certeza que tu é muito louca.
     Revoltada ela liga o carro e parte em direção a Mansão Wayne.

    A mansão é enorme. Ela possui diferentes colorações, todos variando na tonalidade de preto a cinza bem escuro. O portão um pouco enferrujado, mas elétrico, estava aberto. Às câmeras estavam todas desativadas, e não havia nenhum guarda. "Estão nos esperando" Anna refletiu, "Não podemos nós dar ao luxo deles verem nosso rosto, corre lá pro carro e pega dois panos guria. Mas antes, traga minha arma, ela deve estar próxima aos panos" Confirmo com a cabeça e volto para o carro, não preciso procurar muito para achar dois pequenos lenços brancos e uma .45, não indago o motivo deles estarem ali. Chego rapidamente no local onde Anna estava, mas para minha surpresa ela não esta mais na mesma lá.
    Merda. Um mix de cansaço, ódio e medo toma minha mente, não posso ir embora sem Anna, mas é muito arriscado entrar na casa sozinha. Cubro meu rosto com o pano e começo a vasculhar o perímetro da casa. Não encontro nada relevante, apenas uma janela aberta que dá para a cozinha. Tento ligar para Anna mais uma vez, mas estou sem sinal. Respiro fundo e parto em direção a janela. Ela não está muito no alto, se subir naquela lata de lixo consigo chegar... Mesmo com suporte meu braço não alcança a janela, minhas pernas tremem e estão começando a deslizar. Dou um pequeno pulo e alcanço a abertura, mas acabo por derrubar a lata de lixo causando um estardalhaço.
     Se eles não tivessem notado minha presença, agora notaram com certeza. mesmo assim, não posso sair daqui sem minha parceira. Não posso. Ando suavemente pela casa, algumas luzes já estão ligadas o que facilita meu trabalho, mas ainda tive que usar minha lanterna de bolso em certas áreas. Evito os andares superiores por temer encontrar o casal em algum deles, Anna não deve ter saído do térreo. Mas não consigo encontrar Anna em lugar nenhum, meu deus onde ela foi se meter. Não vou subir... Ela nunca iria subir, não há motivo. Ela nem deve estar aqui, ela deve ter visto alguma coisa e ido atrás. Ou ela simplesmente voltou para o carro; isso, voltou para o carro, é melhor eu voltar lá também.
    Com pressa e sem nenhum pouco de cuidado tento sair da casa. mas quando estava cruzando a sala para chegar na cozinha ás luzes caem.

                   Silêncio...         Não consigo ver....
                   Ouço meu coração disparar...    socorro....

      Procuro a arma em meu bolso, mas percebo que ela não esta carregada. Minha mão treme como uma vara, fazendo com que nem consiga recarregar a arma. Saio em busca de Anna, mas toda aquela escuridão só me deixa mais perdida.  Nunca deveria ter ouvido aquela moça, se tivesse simplesmente ignorado ela, eu não estaria aqui. Ouço um barulho a esquerda, viro rapidamente apontando minha arma descarregada; "Parado! Mais um passo e atiro!!". O barulho continua a chegar cada vez mais perto, e mais perto, consigo até ouvir sua respiração ofegante perto de mim. Os passos param em frente a janela, e com a luz da lua consigo ver uma breve silhueta de um morcego.
      É o fim, meu primeiro caso e já consigo ser morta. Se ao menos pudesse saber onde Anna está, ela pode me ajudar, me salvar... O andar de cima! Se Anna está na casa ela está lá, não tenho outra escolha. Ligo minha lanterninha e corro em direção às escadas, o monstro pula em direção ao teto e começa a me seguir por ali. A poucos metros da escada ele pula em cima de mim, me debato inutilmente na tentativa de me libertar. Começo a gritar por socorro, talvez Anna ouvisse e viesse me salvar, ela viria com certeza... tem que vir... por favor.
       O monstro me imobiliza no chão, são meus segundos finais. E assim que tudo acaba? Cadê o filme com os melhores momentos da minha vida? Cadê a luz? Meu anjo? Minhas vitórias? Não consegui nem terminar um caso idiota, o pior é que tinha achado o suspeito. Ninguém nunca vai se lembrar de mim. Rosalina vai continuar sumida, deve ter até esquecido meu nome. Natália nunca vai sabe-lo...
     Tudo o que fiz
                            Tudo que ia fazer
                                                       Tudo que iria mudar
                                                                                       Tudo perdido...
 -Querida cheguei!!!
       Ouço a campainha, alguém abre a porta avisando com um grito. O monstro me solta e acende a luz, levanto minha cara encharcada de lágrimas e vislumbro o meu agressor. Ou melhor a minha agressora. Era uma mulher vestida de morcego, seu traje na verdade nada parecia um morcego, estava mais para uma armadura high-tech preta de coelho. A coisa que mais lembrava um morcego era o simbolo em seu peito.
  - Mas o que diabos está acontecendo aqui!!!
  - Ela estava nos seguindo a horas, deixei-a propositalmente invadir nossa casa para descobrir o que ela queria.
  - Meu deus, querida. Ela só estava cumprido o dever dela! Não precisava fazer a coitada chorar!
  - Eu não estava chorando!
  - Calada, guria! Você deveria ter me esperado. Cacete, só fui checar se havia sinal em algum lugar e você some!
      Lá estava Anna segura, ao lado do Sr.Wayne. Ao meu lado estava a Selina, que agora tirará o capacete e parara de ofegar:
   - Preciso melhorar a abertura dessa coisa. Bom... Imagino que vocês devem ter diversas perguntas, e estou dispostas a responder quase todas.

     Selina nos conta que se tornou vigilante por culpa de um trauma na infância, ela não quis nos dizer qual, mas o Sr.Wayne avisou que era familiar. Depois de treinar diversas artes marciais pelo mundo, ela se fixou em sua cidade natal para combater o crime. Perguntamos por que a do morcego, ela disse que tentou uma vez com gatos mas eles não obedeciam suas ordens, e um sinal enviado por seu pai do além sugeriu usar morcegos:
    -Uma última coisa agentes, não revele minha identidade. Por favor.
    Estava pronta para contestar o pedido, por que o caso era justamente sobre a identidade do vigilante. Não podia entregar o caso sem aquilo. Mas antes que abrisse a boca, Anna falou:
      - É claro que não! Não somos tão ignorantes e egoístas pra revelar seu segredinho pra Wally. Eu invento alguma mentira e entrego o caso.
      - Muito obrigada. Espero e encontrar mais vezes com vocês, esse é o meu contato, usem ele se precisarem de ajuda com algum crime.

         Não falo nada no carro, não pergunto por que ela teria tanto medo de Wally. Não sei se é por estar cansada demais para conversar, ou por temer a resposta. Anna me deixa na frente do meu prédio:
      -Falou, guria. Eu gostei de você, deixa que eu me viro com a papelada. Vai descansar um pouco.
           Agradeço a carona e me despeço dela. Subo rápidamente os degraus, o elevador não funciona mais. Não pulo de euforia por ter terminado um caso, só entro em casa. Digo oi para meu gato preto, não o pego no colo como sempre faço, só o alimento. Não pego um livo pra ler, só deito na cama. Não reflito sobre algum assusnto como sempre faço quando vou dormir, eu só penso... "Como aquela garçonete era bonita."

                                                                  Fim
   
+Leia outros contos de Juliette!
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O Vigilante Noturno - Parte 2 [Contos de Juliette]

                                                [Leia a primeira parte aqui]

    Ouço meu coração bater. Minha mão treme como uma vara, fazendo com que nem consiga carregar minha arma. Saio em busca de Anna, mas toda aquela escuridão só me deixa mais perdida.  Nunca deveria ter ouvido aquela moça, se tivesse simplesmente ignorado ela, eu não estaria aqui. Ouço um barulho a esquerda, viro rapidamente apontando minha arma descarregada; "Parado! Mais um passo e atiro!!"

      Anna nos leva até a cena do crime, mas  não há nenhum indício de um vigilante, muito menos de um morcego gigante. Anna me chama para um canto e pergunta se quero entrevistar a Moça assaltada ou o bandido ensanguentado, escolho a moça, por prezar minha segurança. A moça deve ter no máximo 25, e seus longos cabelos loiros levemente encaracolados combinam com seu rosto, dando um ar juvenil e belo. Ela treme muito, por isso chego calmamente e me apresento. Nada. Pergunto seu nome. Nada. Pergunto se ela está bem. Ela me olha por 2 segundos com um rosto pálido e logo volta a encarar o chão. Elogio seu cabelo, numa última tentativa. Nada. Suspiro e me sento ao seu lado, me lembro do que Natália disse em uma entrevista "Não importa meu nervosismo, o ladrão ou a vítima sempre vai estar mais nervoso". Começo a procurar alguma história para contar a moça, para acalma-la, além de mostrar que sou uma pessoa confiável.
  Abro um sorriso. Ele desliza até minhas orelhas e conta uma piada, ocasionando um riso tímido. Esse ato de felicidade espantou a tristonha moça, mostrando claro sua curiosidade:

  -Lembrei-me de uma história. Quando era pequena, minha prima vivia me atazanando. Ela pegava um ursinho de pelúcia e fingia que ia mata-lo, o que me deixava muito nervosa. Um dia minha mãe se cortou sem querer com uma faca, minha prima, que estava estrangulando o ursinho, foi ajudar. Nisso ela derrubou o urso no chão, quando o achei pensei que ele estivesse morto. Acusei minha prima do homicídio. Mas sabia que precisava de provas contra ela, só assim poderia leva-la a justiça, vingando o Mr.Fluppy. Então corri para o quarto de minha prima e peguei seu chapéu e jaleco, depois coletei alguns brinquedos da sala e reuni eles em minha cama. Comecei a interrogar cada um deles, até descobrir que a ex do Mr.Fluppy o tinha envenenado por inveja. Felizmente quando contei a história para minha prima, ela sorriu e avisou que tinha uma poção mágica, e logo usou seus dotes médicos para traze-lo de volta a vida.

  A moça demorou um ou dois segundos para digerir a história, e depois que percebeu que era apenas uma história ela abriu um sorriso. Um sorriso que deslizou até suas orelhas, e contou uma piada, ocasionando em uma sequência de risos altos. Começo a rir junto com ela, devemos ter ficado 1 minuto rindo. No fim ela já não tremia tanto, suspirou e coletou forças:

   - O-Obrigada.
   - Ahh... Desculpe, mas por que mesmo?
   - Pelo cabelo, obrigada. Acabei de cortar.
    Enquanto estendia sua mão, ela revela seu nome, Laura:
    - Oi Laura! Será que você podia me ajudar a entender o que aconteceu aqui?
                                                                      [...] 

    -  O.K Laura, pode parar. Você me ajudou muito mesmo, agora pega esse dinheiro e chama um táxi pra ver sua irmã no hospital. Mas antes anota o meu e-mail... Prontinho, tchau!

    Olho o relógio e vejo que estou à mais de meia hora aqui, Anna deve estar P vida. Volto para onde ela estava, mas o que antes tinha apenas um carro de polícia tem agora uma ambulância e três viaturas. Mataram Anna, o bandido esfaqueou ela e fugiu. Não, ela foi atravessar a rua e foi atropelada. Não, ela se meteu em uma briga e acabou por ser morta pelo seu oponente. Não, ela... Ela está calmamente fumando no carro. Corro em sua direção e pergunto o que aconteceu. Ela me avisa que quando o ladrão acordou ele entrou em desespero balbuciando algo sobre um morcego gigante, então ele pulou na direção de um policial, mas logo ele conheceu o punho de Anna e desmaiou de novo:

     - Bom... Enquanto você brigava...
     - Acalmava o meliante.
     - Enquanto você  "ACALMAVA" o meliante descobri diversas coisas sobre nosso morcego. Segundo Laura...
      - Quem?
      - A moça assaltada. Segundo ela seu "anjo da guarda" caiu daquela escada; abrindo suas "asas" e lançando uma corda no braço do ladrão, puxando-o em direção ao seu punho, fazendo com que ele caia perto daquele amontoado de sangue e dentes. Depois o morcego levantou o cara e o jogou na parede, a mesma que ele estava antes de ser "acalmado" por você. Ainda acordado, o assaltante jogou diversas coisas em seu agressor, esse que desviou de todas desferindo um último golpe na perna do moço, quebrando muitos ossos.

      - Ou seja... Nosso vigilante consegue planar, possui uma espécie de gancho, é muito ágil e é forte o suficiente para levantar um homem de 70 quilos e quebrar sua perna.
      - Além de se vestir como um morcego.
      - Além de se vestir como um morcego... Ahhh foda-se. Vamos comer, depois a gente pensa em uma lista de suspeitos. Já comeu no "Restaurante No Fim Do Universo"? Não?! Você ainda não sabe o que é comida de verdade!

     O local é bem peculiar. Ele é uma espécie de junção dos restaurantes da década de 60 com uma cena de assassinato. As janelas estão todas quebradas, e em certos pontos da parede há buracos de bala e sangue. Nos sentamos em uma mesa que já teve dias melhores, Anna estende a mão e chama a garçonete, que também já teve dias melhores. A moça chega com uma face assustadora, dando a impressão que ia me matar, e deixando claro que minha presença não era bem vista. Assim que ela anota os pedidos Anna me avisa que recrutas não são bem aceitos aqui:

       -Então verdinha, por que uma garota que nem você iria querer entrar em um mundo como esse, de crimes?
      -Tenho vários motivos, mas o que me incentivou mesmo foi minha prima Rosalina. Ela sempre me contava suas histórias de detetive, e eu ficava maravilhada por cada uma delas.
      -Sua prima Rosalina? Pera... aquela Rosalina? A parceira da Natália?
      -Essa mesma.
      -Caramba garota, você se fudeu.
      -Por que?!
      -Rosalina foi uma das melhores agentes do D.P.S.P, e trouxe uma fama muito boa para o departamento. Todos vão querer que você seja como sua prima, vão cobrar muito de você por isso. Se fosse você guardava esse parentesco pra você.

    Enquanto analiso minha situação, chega outra garçonete. Essa agora aparenta ter minha idade, é um pouco mais magra do que eu, e possui lindos cabelos azuis:

       -Oi! Quem pediu o prato do dia?

     Tento avisar que o prato é de meu pertence, mas minha boca entra em pânico. Desesperado, meu cérebro procura uma solução; ele ordena que meus olhos avisem a Anna quem é a dona do prato, mas ela não nota meu sinal. Consigo ouvir o Tick Tack da bomba se acelerando! Preciso fazer algo agora!!!

       -É... Ahhh... o prato é meu -
        -Desculpe-me, mas não entendi.
      -Macarão é meu, o da "Greenpeace" é o do dia.
       -Aqui está, certinho.
       -Obrigada... Isso foi estranho, mas não tem problema nenhum. Como você mesmo disse "Sem preconceito'.
       -Como ass... Ei! Vai se ferrar! Não é isso, só tava pensando em outra coisa no momento.
       -Sei, já disse que não tem problema algum.
       -Vai se ferrar, Anna! É que quando vi o cabe...
       -Calma, guria. Somos parceiras, pode confiar em mim.

    Depois do almoço volto ao quartel, onde para minha surpresa encontro o bilionário Bruno Wayne e sua esposa Selina Kely. Os dois começaram a investir pesado na polícia, sem nenhum motivo aparente, e por culpa disso eles tem aparecido constantemente no departamento. Sorrateiramente vou em direção a minha mesa, lá começo a ler outros relatos sobre o vigilante noturno. Não há muito nos jornais sobre ele, e na internet minhas buscas sempre caem em um site de quadrinhos. Justamente quando ia ler um artigo sobre o vigilante, minha pesquisa é interrompida pela bilionária. Ela me pergunta sobre o que estou pesquisando, e no mesmo tempo que falo, um tom de preocupação e pânico toma seu rosto. Ela nega com a cabeça e relembra como aquele caso é uma bobagem:

      -Sei que é meio fútil Sra, mas esse homem ou mulher está se arriscando para proteger a cidade. Sem o devido treinamento ele ou ela pode ser morto.
       -Pelo que já li ele parece estar mais treinado e equipado que a polícia.
       -O fato dele ou dela ter dinheiro para comprar equipamentos altamente tecnológicos, não o faz ser melhor que nós.
       -Mas o fato dele combater o crime sozinho, sem toda enrolação jurídica de vocês, sim. Admita querida, ele É superior a grande parte desses homens.

  Ela pisca o olho direito e chama o marido, ambos saem do departamento. Isso foi muito suspeito. Por que ela insistia em chamar o vigilante de homem? E como ela sabia sobre o arsenal dele ? nenhum jornal falará disso. E o mais suspeito, era o fato dela menosprezar tanto o D.P.S.P, mas mesmo assim investir nele! Se existe uma coisa que aprendi lendo Agatha Christie é que não existe coincidência:

-Anna! Liga o carro! Já tenho nossa primeira suspeita.   
   
                                                                    [Continua]
Links + Uma pequena nota=
+Leia outros contos de Juliette!
-Todo caso tem um início= http://porcocritico.blogspot.com.br/2015/10/todo-caso-tem-um-inicio-contos-da.html
-Vigilante Noturno - Parte3=  Em Breve
+Nota=   Oi! Só avisando que os contos de Julitte serão divididos em várias partes, o que não facilita a leitura mas traz de volta aquela velha emoção de ler contos policiais no jornal. Por isso fiquem atentos ao Blog, por que daqui a pouco sai mais um conto.